Ao fazer um balanço do segundo turno das eleições, o senador Rogério Marinho (PL-RN) falou sobre o crescimento do seu partido - que apesar de não ter conquistado o maior número de prefeituras, obteve o maior número de votos - e disse que “a direita não tem dono, tem líderes, e o maior deles é Bolsonaro”.
A fala de Marinho faz referência a divergências entre membros do partido sobre apoios do PL no primeiro turno das eleições. No primeiro turno, nomes importantes do partido contestaram a parceria com o PSD e o apoio ao prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
A declaração de Marinho foi dada durante entrevista concedida ao Poder360, na noite do domingo (27).
“O PL saiu do patamar de 11º partido mais votado no país para 1º e não foi por acaso. A maior liderança de direita do Brasil é Bolsonaro. Nosso dilema, como espectro ideológico, é a pluralidade de alternativas”, disse Marinho.
Apesar de não ter atingido a previsão inicial de conquistar 1.000 prefeituras feita por Valdemar Costa Neto, presidente do partido, o PL foi o mais votado do país. A sigla recebeu 15,7 milhões de votos e conquistou 517 prefeituras.
No segundo turno, o PL consolidou 16 das 103 prefeituras das cidades com mais de 200 mil habitantes. Foi o melhor resultado entre os partidos. Já nas capitais, o PL saiu vencedor em quatro delas.
"PL e PT enfrentam dilemas diferentes"
Ao comentar sobre a disputa com a esquerda, Marinho disse que o PL e o PT enfrentam dilemas diferentes.
“O PT está em profunda crise de identidade. Enquanto a direita tem um problema de pluralidade, outras referências do seu campo, a esquerda tem esterilidade em termos de representação”, disse.
Para o senador, após os resultados das urnas, restam duas alternativas para o governo petista, embora considere uma delas menos provável dado o histórico do PT.
“Essa eleição pode ter dois impactos. Um é o governo radicalizar ainda mais, gastar mais e aumentar o rombo para as gerações futuras e para esta na tentativa de refrear a desconexão com a sociedade brasileira. Ou, o que é pouco provável, o governo cair em si e fazer uma política fiscal eficaz e diminuir essa miragem que são os PACs”, afirmou Marinho.
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