Relatório da inteligência aponta que homem estava em Brasília desde julho e ameaçou ter plantado mais bombas em casas de autoridades.| Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Ouça este conteúdo

Um relatório publicado ainda na noite de quarta (13) pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) após as três explosões registradas nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional apontam que o autor dos atos estava em Brasília pelo menos desde julho.

CARREGANDO :)

De acordo com a Abin, o homem identificado como Francisco Wanderley Luiz fez ameaças a autoridades da República como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e José Sarney, convocou eleitores a uma “revolução” em 15 de novembro, e ainda pediu uma intervenção militar pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, entre outros.

O documento aponta, ainda, que o homem ainda teve acesso ao plenário do STF no dia 24 de agosto, num sábado em que há visitação turística ao local.

Publicidade

De acordo com o documento exibido pela GloboNews, a Abin confirma que Francisco Wanderley Luiz era morador da cidade de Rio do Sul (SC) e que viajou a Brasília no dia 27 de julho, onde passou a circular desde então. A Gazeta do Povo pediu à Abin acesso ao documento e aguarda retorno.

A Abin informou que, pouco antes de cometer os atos, ele postou mensagens no Facebook anunciando o ataque e dizendo que haveria mais bombas espalhadas por outros locais da capital:

  • Afirmou que havia bombas escondidas nas casas do vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, e que elas explodiriam em 72 horas;
  • Convocou os leitores para uma “revolução”, que teria início em 15 de novembro;
  • Comparou a Polícia Federal à Gestapo e à SS e pediu a Donald Trump que enviasse uma “operação Storm”;
  • Dirigiu-se aos Generais Freire Gomes e Tomás Paiva – ex e atual comandantes do Exército – para que ficassem "ao lado do povo" “se por acaso for decretado Estado de sítio”, “do contrário, a inteligência vai entrar em ação”;
  • Dirigiu-se ao Diretor-Geral da Abin, afirmando que os “discípulos guerreiros da divindade” estariam em toda a América Latina;
  • Postou foto de dentro do plenário do Supremo Tribunal Federal, afirmando que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”. A foto é de uma visita ao órgão em 24 de agosto.
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

A Abin informou, ainda, que Francisco Wanderley Luiz é réu em diversas ações penais, como infração de medida sanitária, desobediência e furto. Ele estava hospedado desde julho em uma casa na região administrativa de Ceilândia, próxima a Brasília, onde mais explosivos foram encontrados, como rojões para a fabricação de bombas caseiras, que seriam semelhantes às utilizadas na Praça dos Três Poderes.

Publicidade

“Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda: William Bonner, José Sarney, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso… Vocês 4 são VELHOS CEBÔSOS nojentos”, disse uma das mensagens publicadas por ele no dia das explosões.

Em outra mensagem o homem que foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul (SC) em 2020, mas não se elegeu, completou: “Cuidado ao abrir gavetas, armário, estantes, depósito de matérias etc. Início 17h48 horas do dia 13/11/2024… O jogo acaba dia 16/11/2024. Boa sorte!!!”.

Por volta das 22h de quarta-feira o Facebook removeu o perfil de Francisco Wanderley Luiz. Ainda não há informações se o perfil foi tirado do ar por pedido de alguma autoridade. A Meta, dona do Facebook, disse não permitir “indivíduos que anunciem uma missão violenta ou que estejam envolvidos em violência tenham presença nas nossas plataformas”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]