Ramagem chegou à PF no Rio perto das 15h para prestar depoimento sobre o caso da “Abin paralela”.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.
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O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) prestou depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (17) sobre o suposto esquema de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ramagem foi diretor-geral do órgão durante o governo Bolsonaro (PL).

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O deputado chegou à sede da PF no Rio de Janeiro por volta das 15h e deixou o local pouco antes das 22h.

No último dia 11, a PF deflagrou a quarta fase da Operação Última Milha. Segundo as investigações, políticos, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e jornalistas foram espionados por uma “estrutura paralela” montada na Abin, chamada de “Abin paralela”.

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Os investigadores também apuram o suposto uso da agência para proteger os filhos do ex-presidente em investigações. Os envolvidos na investigação negam qualquer irregularidade. Durante as diligências, a corporação encontrou um áudio que "possivelmente" teria sido gravado por Ramagem durante uma reunião com o então presidente Jair Bolsonaro (PL).

O encontro, realizado em agosto de 2020, teve a participação do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e de duas advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Conforme a investigação, eles trataram “sobre as supostas irregularidades cometidas pelos auditores da Receita Federal na confecção do Relatório de Inteligência Fiscal que deu causa à investigação” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso da suposta "rachadinha".

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, retirou o sigilo do áudio na segunda (15). Após a divulgação, Ramagem afirmou que Bolsonaro sabia que a reunião seria gravada para registrar uma alegada tentativa de chantagem de um suposto emissário do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel.

Durante a operação, a PF prendeu o ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Mateus de Carvalho Sposito; o empresário Richards Dyer Pozzer; o influencer digital Rogério Beraldo de Almeida; o policial federal Marcelo Araújo Bormevet; e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues.

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Em janeiro, Ramagem já havia sido alvo de um desdobramento de investigações sobre supostos grampos ilegais para monitorar autoridades. Na ocasião, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado.

Ramagem tem agenda com Bolsonaro no Rio

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) divulgou nas redes sociais um vídeo de Bolsonaro ao lado de Ramagem convocando apoiadores para um comício marcado para esta quinta (18), na Tijuca, Zona Norte do Rio.

O deputado é pré-candidato à prefeitura do Rio. Já na sexta (19), os dois devem participar de uma caminhada em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.

"Olá, amigos do Rio de Janeiro. Nessa próxima quinta-feira, às 10h30, juntamente com Ramagem, estaremos na Praça Saens Peña, aí na Tijuca, para bater um papo contigo sobre o nosso município. No dia seguinte, no mesmo horário, às 10h30, no Calçadão de Campo Grande, também discutindo os nossos problemas, o nosso município do Rio de Janeiro. Compareça", diz Bolsonaro no vídeo.

Moraes diz que Bolsonaro e Ramagem não estão proibidos de manter contato

Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes esclareceu que não proibiu o contato entre Ramagem e Bolsonaro. Em decisão desta tarde, Moraes afirmou que a restrição está em vigor apenas entre os alvos da operação da semana passada (Pet 12.732), e entre eles e os investigados nos casos da “Abin paralela” (Pet 12.027) e da suposta trama golpista (Pet 12.100/DF).

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“Em nenhum momento, a decisão proferida afirmou, direta ou indiretamente, que estariam impedidos de manter contato entre si um investigado na Pet 12.100/DF (Jair Messias Bolsonaro) com outro investigado na Pet 12.027/DF (Alexandre Ramagem Rodrigues), uma vez, que eventuais decisões referentes àqueles autos, lá serão proferidas”, disse o ministro.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]