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Indicado para Corregedoria da Abin trabalhou para o ministro Alexandre de Moraes
Delegado indicado para a corregedoria da Abin é próximo do ministro Alexandre de Moraes.| Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

A indicação do policial federal José Fernando Moraes Chuy para o mandato de Corregedor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) desagradou servidores. Em nota, divulgada nesta quarta-feira (31) a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da ABIN (Intelis) manifestou a indignação.

“Causa estranheza a atual Corregedora ser retirada do cargo a que poderia ser reconduzida quando as autoridades que possuem investigação em curso sobre a estrutura paralela que parasitou a Abin expressam a total cooperação da corregedoria do órgão no caso”, diz a nota.

De acordo com a Intelis, a indicação de Chuy demonstra "um inequívoco sinal de desprestígio aos servidores da ABIN por parte de sua Direção-Geral, uma vez que a agência possui em seus quadros servidores aptos a ocupar a função".

"Trata-se de um claro conflito de interesses, uma vez que o indicado é policial federal e oficial da reserva do Exército, e a 4ª fase da Operação Última Milha aponta policiais federais e um militar como figuras chave do esquema”, acrescentou.

Contudo, a Intelis também reforçou que “o indicado não possui experiência em matéria correcional e nem em legislação afeita à Inteligência de Estado, o que levanta a necessidade de justificativa para o que parece violar o princípio da impessoalidade”.

Quem é o indicado para a corregedoria da Abin

O delegado Chuy foi indicado para assumir o posto da Lidiane Souza dos Santos, que permanecerá no cargo até o dia 31 de agosto.

Chuy é próximo do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele atuou na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando Moraes ocupava a presidência da Corte.

Caso assuma o cargo, o delegado poderá ser responsável por apurações que envolvam alvos da Operação Última Milha, que mira o funcionamento da "Abin paralela".

"Em demonstração de que não tememos um controle justo e bem feito, mas sim eventuais desvios de finalidade, perseguições ou parcialidade, caso a Direção-Geral do órgão realmente não vislumbre servidor orgânico da Abin apto a assumir o posto, solicitamos que seja indicado um servidor orgânico da CGU (Controladoria-Geral da União) para a função”, concluiu a Intelis.

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