Acuado por críticas após uma reportagem ter revelado o encontro de secretários do Ministério da Justiça com a “dama do tráfico amazonense”, o ministro da pasta, Flávio Dino, gerou nova polêmica ao bloquear políticos e jornalistas nas redes sociais.
Integram a lista dos mais recentes bloqueados o deputado Kim Kataguiri (União-SP), o ex-deputado Paulo Eduardo Martins, a coordenadora do MBL, Amanda Vettorazzo, e o jornalista da Gazeta do Povo, Paulo Polzonoff Jr.
Alguns desafetos do ministro, como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Carlos Jordy (PL-RJ), Marco Feliciano (PL-SP) e a ex-deputada Janaína Paschoal, estão bloqueados desde o início do governo. O bloqueio de Feliciano é ainda mais antigo e data de 2020.
Ao comentar sobre a atitude do ministro, Kataguiri ironizou: “Não pode nem pedir impeachment do cara que ele já fica assim”, escreveu o deputado na rede social X, nesta terça-feira (14).
Os bloqueios impedem que os bloqueados vejam as publicações do ministro e façam comentários.
Na segunda-feira (13), Polzonoff publicou uma crônica na Gazeta do Povo em que classifica o ato do ministro como “autoritário” e “inútil”.
“Sim, Flávio Dino me bloqueou no Twitter. E, com esse gesto autoritário, além de inútil, me impediu sumariamente de ter acesso direto à sua sabedoria jurídica, sua esperteza política e até seu senso de humor, digamos, sui generis. Na condição de cidadão, me impediu de conhecer as incríveis realizações de seu trabalho frente à pasta. Se ele tivesse alguma, claro. Na condição de jornalista, atravancou meu acesso, ainda que distante, a uma autoridade do governo federal que não ajudei a eleger (tá louco?!), mas cujo governo eu deveria fiscalizar ou analisar”, diz um trecho da crônica.
Já a coordenadora do MBL, Amanda Vettorazzo, disse ter sido bloqueada depois de questionar o ministro sobre a ligação da pasta com o crime organizado.
“Essa foi a resposta que eu obtive. Autoexplicativo. #ForaDino”, escreveu Amanda na rede social X.
“Fui até o perfil do ministro Flávio Dino para saber se ele havia se manifestado sobre o escândalo da Dama do CV no MJ. Descobri que estou bloqueado. Interessante que nunca interagi com o comissário nesta comunidade”, disse o ex-deputado Paulo Martins ao revelar o bloqueio na rede social X.
A atuação do ministro nas redes sociais tem incomodado até mesmo aliados. Muito ativo, principalmente, na rede social X, Dino costuma usar de ironias e ameaças em suas publicações.
A resposta do ministro à reportagem do Estadão, que revelou a visita da “dama do tráfico” ao Palácio da Justiça, teria causado novo mal-estar interno no governo.
De acordo com o jornal Metrópoles, a postura de Dino frente às revelações teria lhe rendido o título de “twitteiro” dentro mesmo do governo.
É que a resposta rápida do ministro teria levantado questionamentos sobre a estratégia de comunicação diante de situações delicadas.
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF