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A superação da marca de 500,8 mil mortes pela Covid-19 não passou batida entre adversários políticos do presidente Jair Bolsonaro, sobretudo potenciais pré-candidatos para as eleições de 2022. Entre críticas e pedido de impeachment, todos atribuíram culpa a Bolsonaro, direta ou indiretamente, por nota ou pelas redes sociais.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um dos que não poupou críticas e associou Bolsonaro a um genocídio, de forma velada. "500 mil mortos por uma doença que já tem vacina, em um país que já foi referência mundial em vacinação. Isso tem nome e é genocídio. Minha solidariedade ao povo brasileiro", declarou.
O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) foi um dos que citou Bolsonaro nominalmente ao atribuir a culpa pelas mortes. "Meio milhão de brasileiros mortos por um vírus para o qual já existe vacina. Vítimas da imprudência e incompetência de Bolsonaro. Esse luto não ficará impune", criticou.
Como reagiram os adversários eleitorais da centro-direita
Além de Ciro e PT, da esquerda, que tentarão a eleição em 2022, Bolsonaro também foi acusado por adversários eleitorais da centro-direita. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), associa as mortes ao "negacionismo", defendeu a ampla vacinação como resposta à preservação de vidas e lamentou as mortes.
"Tem gente que pode até negar que a Terra seja redonda, mas eles não podem negar que a vacina é a solução. Temos pressa. O Brasil tem pressa", destaca. Para Doria, Bolsonaro foi incompetente ao não priorizar uma ampla vacinação.
"Ver outros países já comemorando a volta ao normal atesta o descaso e incompetência de quem deveria ter cuidado do seu povo, garantido mais vacinas, acelerado a imunização, sem criar fake news, sem criticar quem está tentando trabalhar. O único caminho para que mais famílias não chorem perdas e para voltarmos a trabalhar com tranquilidade é vacinar", afirmou.
Ex-ministro da Saúde de Bolsonaro e potencial candidato pelo DEM, Luiz Henrique Mandetta associou as mortes à falta de uma liderança nacional. "Meio milhão de mortos. É dor demais. A ausência de liderança não apenas provocou uma tragédia muito maior do que deveria ser, como já prepara a ressaca futura. Deveríamos estar planejando o pós-vacina e a reparação da sociedade, em todas as áreas atingidas. Mas seguimos à deriva", criticou.
O que disseram outros adversários da centro-direita de Bolsonaro
Outros oposicionistas a Bolsonaro da centro-direita que não devem competir as eleições também culparam o presidente da República pelas mortes. O apresentador Luciano Huck, da TV Globo, é um deles. Assim como Doria, culpou o "negacionismo".
"Triste demais: 500 mil vítimas da Covid-19. São vidas, histórias e sonhos interrompidos. Famílias arruinadas. Amores sabotados. Em cem anos, é a maior tragédia sanitária, social, educacional e política do país. Dava pra ser diferente. O negacionismo mata", acusou.
O banqueiro João Amoedo (Novo), que anunciou estar fora da disputa, foi o que criticou Bolsonaro de forma mais contundente, a ponto de defender o impeachment do presidente da República. "Lamento profundamente as 500 mil mortes de covid-19 no Brasil. Meus sentimentos às famílias e amigos das vítimas", declarou.
"Cabe ao Congresso honrar estas vidas perdidas: a Câmara precisa abrir o impeachment contra Bolsonaro e a CPI da Pandemia no Senado responsabilizar os culpados", afirmou Amoedo.
O deputado federal Rodrigo Maia (Sem partido-RJ), ex-presidente da Câmara, também lamentou as mortes e criticou Bolsonaro. "São 100 mil novas mortes por Covid-19 em 50 dias. O Brasil atingiu a trágica marca de 500 mil mortes. Um número que poderia ser bem menor se o presidente Bolsonaro tivesse defendido a vacina e não o obscurantismo desde o início", criticou.
"Hoje, sabemos que a vacinação evitou a morte de 43 mil idosos. Quantas vidas já teriam sido salvas se tivéssemos um governo sério e comprometido em acabar com a pandemia? Minha solidariedade a todas as famílias brasileiras despedaçadas pela perda de seus entes queridos", complementou Maia.
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