Cezar Bittencourt afirmou, ainda, que Exército tinha ressalvas com ex-presidente, e que cargo com Bolsonaro prejudicou Cid.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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O advogado do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Cezar Bittencourt, disse nesta terça (13) que o suposto “golpe de Estado” revelado pela delação premiada dele não avançou por falta de apoio do Exército. Foi a colaboração do militar que desencadeou a operação da Polícia Federal deflagrada na semana passada contra Bolsonaro e aliados, incluindo ex-ministros e assessores.

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“Só não houve golpe por uma razão: o Exército não topou, simples assim. Porque o Exército sabe quem foi o capitão indisciplinado que formou complô contra o próprio Exército, acha que iriam embarcar nessa furada”, questionou Bittencourt em entrevista ao BandNews TV.

De acordo com Cezar Bittencourt, a caserna não confia em Bolsonaro e diz que ele e Cid estão “dispostos a colaborar com o Exército, mas não podemos inventar”, disse emendando que o tenente-coronel não vai omitir informações sobre o que acontecia no gabinete presidencial.

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“Temos uma relação excelente com as autoridades policiais, mas não podemos omitir, se pergunta, responde. É uma questão de especulação, de mídia, aliás o Brasil adorou ver a conferência. Aí desnudou toda a trama, ali ficou claro que ele queria apoio das Forças Armadas”, disparou citando a reunião de Bolsonaro com ministros.

Bittencourt afirmou ainda que Mauro Cid foi “prejudicado” ao ser escalado para trabalhar com Bolsonaro na ajudância de ordens da Presidência. Segundo ele, Mauro Cid “era comandante do batalhão de Goiânia, era o caminho natural da carreira dele, ele foi prejudicado quando os generais o mandaram assessorar o presidente. Ele iria falar não? Aí o chefe dele passa a ser o presidente, o presidente passa as coordenadas e ele vai fazer”, ressaltou.

A operação que teve Jair Bolsonaro como alvo, denominada Tempus Veritatis, resultou na execução de 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas alternativas contra o ex-presidente e seus apoiadores.

Os mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que mencionou um suposto decreto envolvendo a prisão dele, do ministro Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além da convocação de novas eleições.

De acordo com a investigação, que teve como base parte da delação premiada de Cid, os suspeitos teriam trabalhado para invalidar o resultado das eleições de 2022, que resultou na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antes mesmo da realização do pleito.

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A polícia sustenta que o núcleo de Bolsonaro atuou descredibilizando as urnas e incentivando atos extremistas, e posteriormente tentou convencer as Forças Armadas a intervir para impedir a transição de poder após a confirmação da vitória de Lula.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]