A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou nesta quinta-feira (26) um ofício ao Google recomendando que a plataforma adote medidas para prevenir a "desordem informacional econômica", depois de divulgar a cotação do dólar a R$ 6,38 no feriado de Natal, dia em que não há operações de câmbio no Brasil. O documento foi encaminhado ao diretor-geral do Google no Brasil, Fábio José Silva Coelho.
Após a recomendação da AGU, o Google tirou do ar a ferramenta da cotação de dólar do buscador. Aos jornais, a assessoria de imprensa do Google no Brasil informou que o link foi retirado "por ora".
Na quarta-feira (25), quando o dólar atingiu R$ 6,38, o Google informou à Gazeta do Povo que os dados em tempo real exibidos na busca vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros. "Trabalhamos com nossos parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações", disse a big tech quando questionada sobre o problema. As taxas de câmbio e as cotações são fornecidas ao Google pela empresa Morningstar.
Situação semelhante com o serviço do Google já havia ocorrido antes. Em 6 de novembro, a plataforma chegou a divulgar um gráfico em que as cotações da moeda norte-americana se aproximavam de R$ 6,20, enquanto plataformas financeiras, como a TradingView e a Bloomberg, mostravam um valor máximo do dólar registrado de R$ 5,86 naquele dia. Posteriormente o valor foi corrigido pelo Google.
Ofício da AGU ao Google
No ofício, divulgado pelo Metrópoles, a AGU diz que o Google tem a necessidade de "observância de dever de cuidado na publicação de informações relacionadas a dados econômicos". Também solicitou que a plataforma disponibilize "as informações com a indicação de forma explícita das fontes de dados financeiros".
"Destaca-se que a desordem informacional pode ter potencial de interferir na percepção do mercado ou de pequenos investidores, e pode comprometer a eficácia de política pública federal de estabilização cambial", diz a AGU.
O órgão ainda pede que o Google reforce "em suas políticas internas de relação com os usuários a importância da integridade da informação para proteger os investidores populares, que costumam acessar o buscador para tomar decisões de negócios".
Entre as recomendações, a AGU também pede a "disponibilização da informação de que o Banco Central do Brasil é, no país, a fonte oficial para a PTAX, bem como a indicação clara e explícita das fontes ao disponibilizar dados financeiros, especialmente no que diz respeito às cotações de moedas".
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF