O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, se reúne com o relator da nova regra fiscal na Câmara dos Deputados na manhã desta quinta (11) para tomar par das mudanças no texto e articular o apoio de deputados para a votação.
O encontro de Alckmin com o deputado Cláudio Cajado (PP-BA) está marcado para às 9h, no Palácio do Planalto, e deve discutir pontos que foram alterados na peça enviada pelo Ministério da Fazenda, no mês passado.
Entre os pontos está a inclusão de gatilhos e sanções previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal, e não punições como a criminalização do presidente pelo não cumprimento das metas estabelecidas, conforme adiantou o relator na quarta (10).
A expectativa de Cajado é de que o novo texto seja apresentado até esta sexta (12), a depender das orientações do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O parlamentar desembarca da viagem aos Estados Unidos ainda nesta quinta (11).
A reunião de Alckmin com Cajado ocorre um dia depois do vice-presidente ter se reunido com líderes do PSD e PSB em busca de uma maior coesão da base governista no Congresso. O objetivo é evitar novas derrotas no parlamento, como a sofrida com a derrubada de decretos presidenciais sobre o novo marco do saneamento.
Para isso, o governo começou a articular pessoalmente com os partidos da base aliada – alguns ainda têm divisões internas. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que o partido está comprometido com o governo.
“O compromisso do PSB com o governo é um compromisso indiscutível, porque temos o vice-presidente da República, apoiamos o governo e não temos outra alternativa. Nós precisamos ajudar o governo a dar certo, é nossa obrigação”, disse.
A expectativa era de que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participasse das articulações, mas a reunião desta quarta (10) com o PSB foi somente com o vice-presidente e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, deu um recado duro e cobrou a participação ativa dos partidos que participam do governo. “Acho que o que ficou claro é que esses dois partidos estão umbilicalmente ligados e têm que estar compromissados e são responsáveis para ajudar o governo a ter sustentação”.
“Acho que tem que conversar mais, tem que estar mais junto. E, obviamente, quem está no governo tem que estar com o governo”, disse.
Na próxima semana, o governo deve ter reuniões com o MDB e o União Brasil, que ainda tem divisões internas e não está completamente comprometido com a base aliada. Entre as dificuldades para uma melhor articulação do governo com os partidos estão a distribuição de cargos e a liberação de verbas de emendas.
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