Aliados e correligionários de Jair Bolsonaro (PL) apontam os desdobramentos sobre os últimos fatos relacionadas aos casos das joias e das declarações do hacker à CPMI do 8 de janeiro como "perseguição" ao ex-presidente e tentativa de "manchar" a imagem de Bolsonaro para enfraquecê-lo politicamente.
O deputado Alberto Fraga (PL-DF), vice-líder do partido na Câmara, é um dos que afirmam que o ex-presidente é vítima de "perseguição". Fraga avalia que uma possível confissão de Mauro Cid - como chegou a ser ventilada pela defesa do ex-ajudante de ordens e depois foi substituída por uma nova versão -, em que ele poderia dizer que apenas cumpria ordens, não vai implicar Bolsonaro. "Quem não deve, não teme", afirma o parlamentar.
O novo defensor de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, teria dito numa entrevista à revista Veja que Cid iria confessar ter vendido as joias recebidas de presente por Bolsonaro a mando dele, mas depois desmentiu a informação, disse que houve um equívoco e que Cid não irá "dedurar" o ex-presidente.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, foi às redes sociais para dizer que o ex-presidente pode contar com o partido, e mesmo sem citar o caso das joias, disse que Bolsonaro é honesto, competente e trabalhador.
Outra aliada de Bolsonaro que o defende é a deputada Júlia Zanatta (PL-SC). Procurada pela Gazeta do Povo, a parlamentar também avalia que o ex-presidente está sofrendo uma perseguição implacável. De acordo com ela, "tudo sem motivo, sem amparo legal e por motivos andidemocráticos". A parlamentar catarinense teme que o objetivo maior, depois do que chama de "humilhação política", seja a prisão de Bolsonaro.
Ainda na Câmara dos Deputados, Rodrigo Valadares (União-SE) também vê a permanência de Bolsonaro nos holofotes da mídia durante toda a semana como uma tentativa de tentar diminuir a liderança política do ex-presidente. "Este mesmo cenário absurdo de incriminar Bolsonaro a qualquer custo é o que mantém pessoas ligadas ao ex-presidente na cadeia para forçar uma denunciação caluniosa para entregar sua cabeça a Lula como vingança pessoal", ressalta.
Desde a semana passada, quando foi deflagrada a Operação Lucas 12:2, que fez buscas contra aliados do ex-presidente, como o general Mauro César Lourena Cid, o advogado criminalista Frederick Wassef, e o tenente Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, políticos alinhados ao ex-presidente tem se posicionado contra o que chamam de ataques e perseguição.
Nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, no caso do suposto esquema de venda de joias recebidas pelo casal durante o governo, e que teriam sido vendidas por auxiliares.
A Polícia Federal aponta que há indícios de que Bolsonaro, Mauro Cid e outros assessores ligados diretamente ao ex-presidente atuaram para vender presentes de alto valor recebidos por Bolsonaro em função do cargo que exercia.
Bolsonaro que Cid tinha autonomia
Num evento nesta sexta-feira (18) na cidade de Abadiânia (GO), Bolsonaro falou sobre o caso envolvendo o ex-ajudante Mauro Cid e a venda de joias. Ao jornal Estado de S. Paulo, o ex-presidente afirmou que Cid "tinha autonomia" e que quer “clarear o mais rápido possível” o caso das joias.
Bolsonaro disse ainda que havia um “vácuo” nas regras sobre a natureza pública ou privada de presentes recebidos pela Presidência da República, especialmente a partir de 2022, e sugeriu que, na dúvida, a Justiça deveria beneficiá-lo, considerando-o inocente pela suspeita de se apropriar de joias que recebeu da Arábia Saudita.
Já a ex-primeira dama Michelle postou em rede social que não via problema em colocar os sigilos bancário e fiscal à disposição da Justiça. “Pra quê quebrar meu sigilo bancário e fiscal? Bastava me pedir! Quem não deve, não teme”, afirmou.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também defendeu a tese de que os presentes são de cunho "personalíssimo", previstos em portaria da Secretaria Geral da Presidência da República, e por isso não há crime na venda dos itens.
Aliados criticam acusações de hacker a Bolsonaro
Aliados também consideraram absurdas as acusações, sem comprovação, do hacker Walter Delgatti Neto à CPMI do 8 de janeiro, ao dizer que teria sido contratado para tentar invadir os sistemas da urna eletrônica.
Delgatti disse ainda à Polícia Federal e aos deputados e senadores que monitorava o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), supostamente a mando do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), uma pessoa que muda os fatos a cada depoimento não merece credibilidade. Ele classificou o depoimento de Delgatti à CPMI do 8 de janeiro como um "teatro armado" para incriminar Bolsonaro.
Delgatti prestou novo depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (18), em Brasília, e reiterou tudo que disse aos parlamentares na CPMI, segundo a defesa.
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