Área de floresta amazônica desmatada.| Foto: Ronan Frias Semas/Fotos Públicas
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O desmatamento na Amazônia está aumentando neste ano em relação a 2019, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo sistema Deter de análise de imagens de satélite, mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). O Deter é um sistema que faz detecta em tempo real evidências de desmatamento para fazer alertas para a fiscalização.

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O aumento de derrubada da floresta foi verificado pelo Inpe em vários períodos comparativos analisados. Houve aumento, por exemplo, em junho deste ano em relação ao mesmo mês de 2019, chegando ao maior nível para esse período desde 2015.

Em junho, houve a derrubada de 1.034,4 km² de florestas na Amazônia – área equivalente à da cidade de Belém (Pará). Isso significa uma alta de 10,65% em relação a junho do ano passado. Em 2019, os dados do Deter haviam apontado a perda de 934,81 km² de floresta na Amazônia.

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O aumento do desmatamento em junho deste ano em relação ao mesmo mês de 2019 ocorre apesar de o governo estar conduzindo na Amazônia, desde o início de maio, a Operação Verde Brasil 2. Trata-se da execução de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para combater o desmatamento e as queimadas editado pelo presidente Jair Bolsonaro e conduzido pessoalmente pelo vice Hamilton Mourão. O decreto prevê o investimento de R$ 60 milhões para essas ações. Mas, segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, apenas 0,7% disso já foi usado.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Desflorestamento também aumenta no 1.º semestre e em período de quase um ano

Os dados do Inpe indicam ainda que, apenas nos primeiros seis meses de 2020, foram derrubados 3.069,57 km² da Amazônia – 25% a mais do que no primeiro semestre de 2019.

Considerando um período mais longo, de quase um ano (o acumulado de agosto do ano passado a junho de 2020), o Deter indica a devastação de 7.566 km². Isso é 65% mais do que no período de agosto de 2018 a junho de 2019.

Além disso, os dados do Inpe mostram 14 meses consecutivos de alta no corte da floresta amazônica em relação aos mesmos meses dos anos anteriores.

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Dados do desmatamento na Amazônia vêm em momento delicado para o Brasil

Os dados do aumento do desmatamento na Amazônia são divulgados no mesmo momento em que o governo tenta acalmar investidores internacionais, que ameaçam tirar dinheiro do Brasil se não houver mudanças na política ambiental do país.

Na quinta-feira (9), o vice-presidente, Hamilton Mourão, que coordena o Conselho da Amazônia e também a Operação Verde Brasil 2 de combate ao desmatamento, participou de uma reunião de ministros com investidores estrangeiros a fim de tentar melhorar a imagem do país no exterior.

Mourão declarou que as críticas internacionais sobre a derrubada da floresta no país refletem  interesses comerciais e disputa geopolítica, por causa da força do  Brasil no agronegócio.

Nesta sexta (10), Mourão reconheceu o aumento do desmatamento. E disse que isso ocorreu porque as ações do governo federal começaram “tarde”.