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Há 17 anos não se via tantos focos de queimadas na Amazônia. De 1º de janeiro a 6 de dezembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já registrou 136.568 focos no bioma. Esse número representa um aumento de 43% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 94.920 focos.
Os dados do Inpe apontam ainda que neste ano, o Brasil já registrou 268.515 focos desde o começo do ano. O número é quase 50% maior do que os focos do mesmo período do ano passado quando houve 180.928 queimadas. Assim, a Amazônia é atualmente onde se concentram 50,9% das queimadas no país.
Os números colocam o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em alerta, já que o país sediará a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA), em novembro de 2025. Com os focos em alta e a proximidade do evento o governo pode ter problemas com a imagem do país no exterior.
Crise de queimadas no Pará motiva STF a pedir explicação ao governo Lula
Nesta semana, o aumento no número de queimadas fez com que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, determinasse que o governo federal explicasse a situação no Pará.
A decisão foi baseada em dados do Inpe que mostram que o fogo permanece acima da média histórica mensal registrada desde 1998. Até agora, foram contabilizados 53 mil focos de incêndio no Pará – o maior índice do Brasil em 2024. O Inpe estima que a nuvem de fumaça que veio do estado nesta quarta-feira (4) tenha uma extensão de cerca de 2 milhões de km².
Dois municípios do Pará são responsáveis pelos maiores números de focos de queimadas do país: São Félix do Xingu e Altamira. A fumaça dessas queimadas tem afetado, em especial, o município de Santarém, que abriga um famoso ponto turístico: Alter do Chão.