O amigo particular do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Carlos Victor Guerra Nagem, que foi reprovado para assumir uma vaga de gerência na Petrobras no começo do ano, está de função nova na estatal. Funcionário de carreira na empresa, ele agora foi nomeado assessor da presidência da estatal. Ao contrário do cargo de gerente, não há pré-requisitos como experiência em cargos de chefia. A nova função tem salário em torno de R$ 55 mil. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Nagem é funcionário de carreira da Petrobras, trabalhava na área de segurança da empresa em Curitiba e nunca havia assumido função comissionada na estatal. Em janeiro, ele havia sido indicado para a gerência executiva de inteligência e segurança corporativa, o segundo cargo mais alto na hierarquia da companhia. O salário estimado para esta vaga era de R$ 50 mil – a empresa não costuma revelar a remuneração dos funcionários.
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Na época, a Petrobras defendeu a indicação argumentando que Nagem trabalhada há cerca de 11 anos na empresa e tinha o currículo adequado para a vaga. Ele acabou reprovado para assumir a função em fevereiro, após questionamento de sindicatos que alertavam para o descumprimento do plano de cargos da companhia. Para assumir a gerência, ele já deveria ter passado por algum cargo de chefia, o que não ocorreu. Sem cumprir os requisitos mínimos para a função, sua nomeação foi barrada.
Tudo isso se desenrolou em meio a discussões sobre indicações para esses cargos com altos salários. O presidente Bolsonaro chegou se manifestar sobre o assunto em seu Twitter. “A era do indicado sem capacitação técnica acabou, mesmo que muitos não gostem. Estamos no caminho certo!”, escreveu o presidente em um primeiro momento. Depois, ele apagou o tuíte e publicou apenas o currículo do amigo: “A seguir o currículo do novo gerente-executivo de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras, mesmo que muitos não gostem, estamos no caminho certo”.
Carreira política
Nagem já se candidatou pelo PSC duas vezes sob a alcunha Capitão Victor, mas não conseguiu votos suficientes para se eleger. Em 2002, disputou vaga de deputado federal pelo Paraná e, em 2016, se candidatou a vereador em Curitiba. Nessa última campanha, recebeu o apoio do atual presidente da República, que aparece em vídeo pedindo votos para aquele que chama de “amigo particular”.
“É um homem, um cidadão que conheço há quase 30 anos. Um homem de respeito, que vai estar à disposição de vocês na Câmara lutando pelos valores familiares. E quem sabe no futuro tendo mais uma opção para nos acompanhar até Brasília”, disse Bolsonaro no vídeo, à época.