O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, minimizou a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos e afirmou ver potencial para uma “relação pragmática” entre eles.
A declaração ocorreu horas depois de Trump vencer com folga a democrata Kamala Harris, por 277 votos de delegados a 224. Os institutos de pesquisa indicavam uma disputa apertada, o que não aconteceu e Trump ainda conquistou a maioria no Senado do país.
“[Trump] apoiava Bolsonaro, mas nunca falou mal de Lula. Eu acho que há um potencial para uma relação pragmática. Se ele teve uma relação pragmática com a Coréia do Norte, há muito mais razão para ter uma relação assim com o Brasil”, disse Amorim em entrevista ao G1.
Ainda segundo o embaixador, o apoio de Lula a Kamala Harris foi discreto e, em momento algum, teve ataque a Trump. “Acho que a expressão usada por Lula de simpatia por Kamala foi discreta e não falou mal de Trump”, disse.
No entanto, Celso Amorim ignorou o fato de que Lula sinalizou, na semana passada, que a eleição de Trump significaria um retorno do fascismo e do nazismo, após lembrar da invasão ao Capitólio em janeiro de 2021.
“Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do mandato, fazendo aquele ataque contra o Capitólio, uma coisa impensável de acontecer nos EUA”, disse Lula em entrevista ao canal francês TF1.
Celso Amorim afirmou que o governo Lula vai “procurar manter uma relação normal” com os Estados Unidos, e destacou a relação diplomática de 200 anos entre os dois países como “saudável” e “sempre baseada no pragmatismo”.
“O exemplo que dou para todos é o que aconteceu com o presidente [George W.] Bush. Na ocasião, o Brasil condenou a guerra do Iraque, o que foi muito forte. O presidente Lula fez questão de falar condenando a guerra e mesmo assim depois nós tivemos uma relação normal. Ele mesmo visitou o Brasil duas ocasiões”, pontuou.
Um pouco mais cedo, Lula parabenizou Trump pela vitória e afirmou que “a democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada”.
“O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade”, disse emendando o desejo de “sorte e sucesso ao novo governo”.
Foi uma fala semelhante à dada pouco depois pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que desejou um “período de promoção da paz, do desenvolvimento econômico e social, e ainda maior ampliação da parceria entre Brasil e EUA”.
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