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Ana Moser está magoada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por demiti-la do cargo de ministra do Esporte. Diante disso, ela não vai comparecer à posse do novo titular da pasta, André Fufuca (PP-MA), marcada para esta quarta-feira (13).
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Esporte, apesar do anúncio do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sobre as trocas nas pastas, para acomodar o Centrão e aumentar a base do governo no Congresso, Ana Moser até agora não foi comunicada oficialmente da demissão, e ainda é ministra até que a exoneração do cargo seja publicada no Diário Oficial da União.
A assessoria também confirma que ela não vai participar da posse de Fufuca, que publicou o convite nas redes sociais. Já a Secretaria de Comunicação do Planalto não confirma a informação.
A equipe de Ana Moser iniciou o processo de transição nesta terça-feira (12), e apresentou ao futuro ministro dados sobre programas em andamento e orçamento. Ela não participou do encontro.
Na semana passada, após o anúncio da troca, Ana Moser disse ao portal UOL que a direita e a sociedade eram "responsáveis" pela mudança no comando da pasta. Aliada de primeira hora do PT, ela chegou a afirmar que as mulheres que integram o governo Lula seriam vítimas de um comportamento misógino, que, para ela, é uma característica presente na sociedade.
"Todas as mulheres sofrem isso nessa gestão desde o início, especialmente da direita. Existe essa estratégia de atacar e diminuir a credibilidade e a capacidade das mulheres na gestão [de Lula]", afirmou.
Apesar das tentativas da primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, de defendê-la, Ana Moser não conseguiu se manter no cargo diante do apetite do PP, que desde o início das negociações com o governo tinha o Ministério dos Esportes no radar.
Mas o primeiro cotado para a pasta era Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE), que acabou indo para o Ministério de Portos e Aeroportos, depois que Lula não cedeu o Ministério do Desenvolvimento Social para o Centrão.
Com a demissão de mais uma mulher no governo - a primeira foi Daniela Carneiro, no Turismo -, Lula enfrenta novas críticas pela redução da participação feminina na Esplanada dos Ministérios.