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O ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, disse ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta (16), que desconhece a autoria da minuta de decreto encontrada na sua casa em janeiro. Foi durante a tomada de depoimento na ação que apura, ainda, a reunião do ex-presidente com embaixadores, no ano passado, e uma live que apresentou dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Segundo confirmou a defesa à Gazeta do Povo, Torres respondeu a todas as perguntas durante cerca de 1h30 de depoimento por videoconferência e repetiu algumas das respostas já dadas à Polícia Federal no começo de fevereiro. Ele está preso no 4º Batalhão da Polícia Militar do DF por conta do inquérito que apura os atos de 8 de janeiro.
No depoimento, Torres repetiu ao TSE que não sabe quem redigiu a minuta do decreto para uma intervenção e classificou o texto com expressões como “folclórico”, “lixo” e “loucura”. O documento foi encontrado em uma pasta na casa dele, mas que seria descartado e que teria sido colocado em uma estante por engano de uma funcionária ao arrumar a residência.
Torres disse, ainda, que não participou da reunião com embaixadores promovida pelo ex-presidente no ano passado que questionou a segurança do sistema eleitoral brasileiro. Na época, Bolsonaro citou trechos de um inquérito da Polícia Federal que investiga um ataque hacker ao TSE, em 2018.
Por fim, entre outros questionamentos, Torres disse ao TSE que participou apenas dos últimos cinco minutos de uma live promovida por Bolsonaro sobre o mesmo tema, mas apenas para ler um documento.
A defesa dele informou ainda, à Gazeta do Povo, que Torres não vai prestar depoimento à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal que estava marcada para esta quinta (16) e que investiga os atos de 8 de janeiro na capital federal. A oitiva, diz, é desnecessária visto que ele já prestou os mesmos esclarecimentos à Polícia Federal.