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Crise diplomática

Ao lado de brasileira que sobreviveu ao Hamas, chanceler de Israel volta a cobrar retratação de Lula

O chanceler israelense, Israel Katz, e a brasileira Rafaela Triestman (Foto: Reprodução/X/Israel Katz)

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Nesta quarta-feira (21), o chanceler israelense, Israel Katz, voltou a cobrar uma retratação do presidente Lula (PT) por conta da fala do petista sobre o Holocausto. Em suas redes sociais, Katz compartilhou um vídeo em que aparece ao lado de Rafaela Triestman, brasileira que sobreviveu aos ataques dos terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023.

No vídeo, Rafaela relata sua experiência durante os ataques que também resultaram na morte do seu namorado, o brasileiro Ranani Glazer.

“Presidente Lula, acompanhando sua comparação entre nossa guerra justa contra o Hamas e os atos desumanos de Hitler e dos nazistas, Rafaela tem uma mensagem para você. Você deveria ouvir”, escreveu o chanceler na rede social X.

Rafaela diz que tem recebido apoio do governo de Israel para superar os traumas e se queixa do abandono do governo brasileiro. Ao final, Rafaela diz que tem medo de retornar para o Brasil pelo fato de ser judia.

“Não posso voltar agora para o meu país por conta do perigo de ser judia e está em um país onde tem muito antissemitismo, onde a representação do país faz comentários antissemitas, onde o governo compara o que Israel faz com Hitler desrespeitando a memória de 6 milhões de judeus que morreram no Holocausto”, disse Rafaela.

A fala desastrosa de Lula ocorreu no domingo (18), durante a Cúpula da União Africana, na Etiópia. Na ocasião, Lula fazia críticas aos países ricos que suspenderam o financiamento à Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês). A UNRWA é acusada pelo governo de Israel de colaborar com o Hamas.

“O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o petista na ocasião.

Em reação à fala do petista, o governo de Israel declarou Lula “persona non grata” e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler "é ultrapassar uma linha vermelha".  

Até o momento, o entendimento do Planalto é de que Lula não deve se retratar com Israel.

Na terça-feira (20), ao representar o Brasil em uma audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, na Holanda, a chefe da divisão das Nações Unidas no Ministério das Relações Exteriores, Maria Clara Paula de Tusco, repetiu acusações feitas pelo governo Lula contra Israel e pediu o fim do que classificou como “ocupação ilegal de territórios palestinos" por parte de Israel. 

No mesmo dia, Katz cobrou publicamente um pedido de desculpas do presidente Lula por ter comparado a ação israelense contra o Hamas ao Holocausto, classificando a fala do petista como “vergonha”, “promíscua” e um “cuspe no rosto dos judeus brasileiros”.

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