O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, voltou a falar sobre o desejo do Brasil em ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Ao lado do secretário de Estado do Exterior, Commonwealth e Desenvolvimento do Reino Unido, James Cleverly, durante coletiva de imprensa no Palácio do Itamaraty, nesta quarta-feira (24), Vieira não esclareceu, contudo, quais as estratégias do governo federal para colocar o plano em prática.
"Pretendemos continuar conversando bilateralmente com vários países. Também vamos continuar trabalhando em conjunto com os países que nos apoiam dentro da ONU, seja na Assembleia Geral ou nas relações intergovernamentais", disse o ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante a viagem ao Brasil para anunciar acordos bilaterais com o país, o chanceler britânico também reafirmou o apoio inglês ao desejo de Lula de estar presente no Conselho.
"Acreditamos que o Brasil tem uma voz que merece ser ouvida para além da América do Sul e que merece um assento permanente no Conselho. Nós apoiamos isso", afirmou Cleverly.
Investimentos bilionários no Brasil
Defendendo uma maior cooperação entre o Brasil e o Reino Unido, Cleverly anunciou que o governo inglês pretende fazer uma série de investimentos no país. O secretário chegou ao Brasil nesta terça-feira (23) e desembarcou na Amazônia, onde anunciou o investimento de R$ 12 milhões para o AmazonFACE – programa que busca entender como o aumento do CO2 na atmosfera afeta florestas e sua biodiversidade.
O chanceler também anunciou o Fundo Brazil-UK Pact (Parceria para a Aceleração da Transição Climática). Com investimento inicial de R$ 30 milhões, o projeto vai apoiar áreas de investimento verde, apoio aos povos indígenas e comunidades locais, promoção de iniciativas de bioeconomia e mercados de carbono.
Considerado o segundo maior parceiro do Brasil em projetos científicos, Cleverly também anunciou o projeto Crescimento Verde e Inclusivo, parceria para impulsionar a economia verde. O projeto ainda vai oferecer R$ 24 milhões em crédito para pesquisas sustentáveis por meio da agência britânica de crédito, fornecido pelo Financiamento Internacional para o Clima.
Durante visita de Lula à Inglaterra, para coroação do rei Charles III, o primeiro-ministro Rishi Sunak anunciou o investimento de R$ 499 milhões para o Fundo Amazônia. "Já são mais de R$ 2 bilhões de investimento no Brasil [comprometido ao Financiamento do Clima]. Mas essa é apenas ponta do iceberg. Esperamos aumentar esses valores em mais bilhões de libras através de investimentos privados pelos próximos quatros anos", disse Cleverly.
Ministro volta a defender neutralidade do Brasil sobre a guerra da Ucrânia
Também nesta quarta (24), Mauro Vieira participou da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. No evento, ele falou sobre o posicionamento que o Brasil tem adotado sobre a guerra da Ucrânia. Questionado sobre o conflito, Vieira alegou que o país tem adotado um “equilíbrio construtivo”.
Recentemente, Lula chegou a fazer afirmações contraditórias sobre a guerra e disse que a Ucrânia poderia ser tão culpada quanto a Rússia pelo conflito. Desde então, o governo tem buscado voltar atrás de tais alegações, mas sem abrir mão da neutralidade, defendendo que o “cancelamento” da Rússia dificulta um acordo de paz.
“Condenamos a violação territorial da Ucrânia e alertamos para os riscos de cancelamento da Rússia, que apenas diminui os espaços de diálogo”, disse o chefe do Itamaraty.
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