O almirante Sergio Ricardo Segovia Barbosa, de 55 anos, assumiu nesta segunda-feira (6) a presidência da Apex, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ligada ao Ministério das Relações Exteriores. Nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira (3), Barbosa é o terceiro nome a ocupar a pasta, que desde o início do governo enfrenta uma queda de braço entre a ala militar e o grupo ligado ao guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho.
Com a chegada do almirante, a diretora de Negócios Letícia Catelani foi exonerada do cargo. Já o pedido de demissão feito Márcio Coimbra, diretor de Gestão Corporativa, há duas semanas, foi aceito formalmente.
Ambos eram ligados ao chanceler Ernesto Araújo e apontados como pivôs de uma crise que, por desavenças, havia causado o afastamento de dois presidentes da agência desde o início do governo Bolsonaro.
Tanto Catelani quanto Coimbra foram indicados pelo chanceler e assumiram as diretorias da Apex com o apoio de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e filho do presidente da República.
Segundo nota oficial da Apex, Barbosa tem experiência profissional nas áreas militar, gerencial e governamental. Trabalhou em Análise de Inteligência, Operações Militares e Logística. Atuou também em Gerenciamento de Emergência e de Riscos, Segurança Marítima, Planejamento Estratégico, Navegação e Operações Marítimas.
Além disso, na área de comércio exterior, foi responsável pelos processos de logística e de aquisição internacional, quando encarregado do grupo de recebimento de navio no estrangeiro.
Contra-almirante da Marinha brasileira, Segovia Barbosa tem pós-graduação em Política e Estratégia, pela Escola Superior de Guerra. É fluente em inglês e espanhol. "Em breve serão informados os nomes dos novos ocupantes dos referidos cargos, cuja indicação estará sob responsabilidade do Conselho Deliberativo Administrativo", diz a nota da Apex.
Terceiro presidente
Segovia Barbosa é o terceiro presidente da Apex em quatro meses de governo Bolsonaro. O primeiro foi Alexandre Carreiro, que durou apenas uma semana no cargo e foi demitido pelo Twitter.
Com pouca experiência na área – nem sequer falava outros idiomas –, o nome dele não agradou empresários da indústria exportadora e causou preocupação entre ministros e militares. Carreiro chegou a desafiar Araújo e contestar a demissão publicamente, mas a exoneração foi confirmada pelo próprio Bolsonaro no dia seguinte.
No lugar de Carreiro assumiu o diplomata Mário Vilalva, que também durou pouco no cargo. Ele foi demitido no início de abril por Ernesto Araújo alegando ter sido boicotado na agência justamente pelos diretores que Segovia Barbosa agora afastou.
Uma mudança no estatuto da Apex feito pelo chanceler retirou poderes do presidente da agência e ampliou a força dos diretores. Pouco antes, Vilvalva baixou uma portaria que retirou de Letícia Catelani e de Márcio Coimbra o poder de nomear e demitir funcionários.
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