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Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro estão organizando uma manifestação nacional de apoio para o dia 15 de março. O movimento começou a se formar após o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete Segurança Institucional (GSI), reclamar da pressão do Congresso para o Planalto liberar mais verbas do orçamento. “Nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo. Foda-se”, disse o chefe do GSI, em uma conversa privada.
A frase acabou vazando durante uma cerimônia no Palácio da Alvorada, na última terça-feira (18). Estavam com Heleno na hora do desabafo o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.
Manifestação em 15 de março tem apoio de deputados bolsonaristas
O protesto conta com o apoio dos deputados bolsonaristas Carla Zambelli (PSL-SP) e Filipe Barros (PSL-PR). Nas redes sociais, eles dizem que a mobilização terá “pauta única”, apenas a defesa de Bolsonaro. O Movimento nas Ruas também está organizando o ato.
Heleno usou as redes sociais, na quarta-feira (19), para condenar o vazamento da conversa. Classificou como “lamentável episódio de invasão de privacidade” e afirmou que é de inteira responsabilidade dele. Também isentou o presidente Bolsonaro, Paulo Guedes e Luiz Eduardo Ramos. No fim, o ministro diz: "se desejam o parlamentarismo, mudem a constituição".
Reação do Congresso
A declaração não foi bem recebida pelos chefes do Legislativo nacional e pode azedar ainda mais a relação entre Executivo e Legislativo que já não vinha bem. “Nenhum ataque à democracia será tolerado pelo Parlamento”, afirmou Davi Alcolumbre (DEM-AP). O presidente do Senado ameaça convocar o general para explicar a declaração diante do Congresso, segundo a Folha de S. Paulo.
“É uma pena que o ministro com tantos títulos tenha se transformado em um radical ideológico contra a democracia, contra o parlamento”, criticou Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente da Câmara disse ainda que, durante a votação do aumento do salário dos militares no ano passado, Heleno não fez ataques ao Parlamento.
O embate entre governo e Congresso, no final das contas, é sobre quem terá mais poder sobre emendas parlamentares e o Orçamento impositivo. Os parlamentares aprovaram em dezembro uma mudança na lei garantindo que eles possam dispor de mais R$ 30 bilhões. No entanto, a alteração foi vetada por Bolsonaro. O Congresso ameaça derrubar o veto e o Executivo tenta chegar a um meio termo.