O avião com 32 brasileiros repatriados da Faixa de Gaza pousou, na noite desta segunda-feira (13), na Base Aérea de Brasília. O grupo foi recepcionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pela primeira-dama, Rosângela Silva, e ministros de Lula.
O avião presidencial que buscou o grupo decolou da cidade de Cairo, no Egito, por volta das 6h50 de segunda e posou na capital brasileira às 23h24 do mesmo dia.
Após quase 40 dias de espera para serem retirados da zona de conflito, o grupo foi recebido sob aplausos e se emocionaram ao descer do avião em Brasília. Dos 32 repatriados, 22 são brasileiros e dez são palestinos familiares destes brasileiros — o grupo é composto por 17 crianças, nove mulheres e seis homens.
Desde o início da guerra entre Hamas e Israel, no dia 7 de outubro, o Governo Federal negociava a passagem dos brasileiros localizados na Faixa de Gaza. Com a escalada do conflito, Israel fechou as fronteiras com o enclave e a única forma de sair seria pela passagem na cidade de Rafah, na fronteira com o Egito.
Na última sexta-feira (10), o grupo chegou a se deslocar para a região da fronteira mas a passagem não foi aberta. Dois dias depois, no domingo (11), a fronteira foi aberta e os cidadãos puderam fazer a passagem.
"Quando a guerra começou, era um dia normal. Deveria ser um dia normal. Eu estava me preparando para ir à faculdade e, de repente, começaram a cair bombas, a bombardear todos os lugares, sem avisos. Nós ficamos assustadas", disse Shaed Al-Banna, brasileira que morava em São Paulo e se mudou para o enclave junto com a família. "Até agora não estou conseguindo acreditar que eu estou aqui. [Acreditar] que eu estou viva ainda... Achei que eu ia morrer. Eu estou muito feliz, estou estou muito emocionada por estar aqui, de verdade", desabafou a jovem de 18 anos.
Ao recebê-los em solo brasileiro, Lula garantiu que “vai fazer tudo o que for possível” para resgatar familiares que ainda não deixaram a área de conflito. “A gente vai tentar fazer todo o esforço que tiver ao alcance da diplomacia brasileira para tentar trazer todos os brasileiros que lá estão e que querem vir para o Brasil. Ainda tem gente para trazer da Cisjordânia, tem gente na Faixa de Gaza… Enquanto tiver lista e tiver a possibilidade de tirarmos uma pessoa, mesmo que seja uma só pessoa na Faixa de Gaza, a gente vai estar à disposição para buscá-la”, disse Lula.
Brasileiros repatriados vão ficar dois dias em Brasília
Na capital federal, o grupo foi recebido por uma equipe de assistência multidisciplinar (um médico, um enfermeiro e três psicólogos) e vai permanecer 48 horas em Brasília. Os brasileiros ficarão alocados na Base Area de Brasília nesse primeiro período para emissão de documentos, acompanhamento psicológico, realização de exames e para completar a carteira vacinal com os imunizantes exigidos pelo governo brasileiro.
Duas crianças precisaram ainda de atendimento imediato ao aterrissar na capital federal. Com quadros de desnutrição, o atendimento foi feito por duas ambulâncias que já as esperavam na Base Aérea e as levaram para um hospital no Distrito Federal para o atendimento adequado. O nome do hospital não foi revelado.
No Brasil, todos vão receber status de refugiado e, após o período de atendimento primário, aviões da Força Aérea Brasília (FAB) vão leva-los para outras cidades do país: 24 serão encaminhados para São Paulo; quatro ficam em Brasília, dois vão para Florianópolis (SC); um para Cuiabá (MT) e um para Novo Hamburgo (RS). Os destinos foram escolhidos pelos próprios refugiados por serem locais onde eles têm familiares ou amigos.
Dos que serão levados para São Paulo, doze não têm familiares ou amigos no Brasil e portanto serão encaminhados a um abrigo no estado — o qual também não foi revelado o nome ou cidade a fim de preservar sua privacidade.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião