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Ao discursar durante cerimônia para anúncio de investimentos em obras, em São José dos Campos (SP), nesta sexta-feira (19), o presidente Lula (PT) comparou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a um ditador africano com quem evitou falar durante um almoço para não ser fotografado ao lado dele.
Em seguida, Lula defendeu a relação do seu governo com as ditaduras da Venezuela e da Nicarágua comandadas, respectivamente, por Nicolás Maduro e Daniel Ortega.
“Vocês sabem que passamos um período em que ninguém queria vir aqui e ninguém queria receber as pessoas lá. O Brasil ficou uma espécie de pária, que não era bem-vindo. O cidadão [Bolsonaro] quando chegava numa reunião, todos os presidentes iam se afastando para não cumprimentar. Isso acontece. Uma vez eu fui almoçar na África e tinha um presidente de um país que era chamado de ditador [...] Minha assessoria colocou a minha cadeira ao lado dele. Eu não almocei e fiquei em pé para não tirar fotografia. O cidadão que estava aqui era assim, ninguém queria recebê-lo”, disse Lula.
Depois, o presidente disse que todo mundo gosta do Brasil e o país tem que ter relacionamento com todos os países, mas deu ênfase às ditaduras comandadas por membros do Foro de São Paulo.
“Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer brigar com a Nicarágua? Eles que elejam os presidentes que eles quiserem. O que me interessa é a relação de Estado para Estado”, afirmou o petista.
Lula também citou a Argentina, país presidido por Javier Milei, que tem reiterado falas usadas na campanha eleitoral quando chamou Lula de "ladrão" e "comunista".
Ano passado, ao defender o regime de Maduro, na Venezuela, o presidente Lula disse que “o conceito de democracia é relativo” e que “a Venezuela tem mais eleições do que o Brasil”.
Após a fala do presidente, a Gazeta do Povo publicou um artigo citando cinco aspectos do regime venezuelo que o fazem ser caracterizado como ditadura.
Já Daniel Ortega, na Nicarágua, tem promovido perseguições e prisões contra quem é considerado inimigo do regime. Mais de cem pessoas, incluindo religiosos, como bispos, padres e freiras, já foram presas ou expulsas do país por razões políticas.