Após o presidente Lula (PT) ter declarado que a situação da eleição na Venezuela é “grave” nesta quinta-feira (28), o embaixador do país no Brasil, Manuel Vadell, acionou o Itamaraty para marcar uma reunião e tentar acalmar os ânimos.
A eleição na Venezuela está marcada para o dia 28 de julho. Ainda não há uma data para a visita do embaixador venezuelano ao Palácio do Planalto, nem se Lula estará presente. O encontro deve ser conduzido pelo assessor especial da presidência da República Celso Amorim.
Nesta semana, o governo federal publicou um comunicado expressando “preocupação” com a impossibilidade do registro da candidatura de Corina Yoris, principal opositor ao regime de Nicolás Maduro.
Nesta quinta, o presidente Lula, aliado histórico de Maduro, criticou publicamente o processo eleitoral no país vizinho. "Ela [Corina Yoris] não foi proibida pela Justiça. Me parece que ela se dirigiu até o lugar e tentou usar o computador, o local, e não conseguiu entrar. Então foi uma coisa que causou prejuízo a uma candidata", disse o petista.
Após as críticas de Lula, a Venezuela afirmou que as declarações parecem ter sido feitas pelos Estados Unidos. “A Venezuela repudia a declaração cinzenta e intrometida, redigida por funcionários do Itamaraty, que parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, onde são emitidos comentários carregados de profunda ignorância sobre a realidade política na Venezuela”, disse a nota venezuelana.
Maduro, que está no poder há 11 anos, tenta mais um mandato. A coalizão Plataforma Unitária Democrática, composta por dez partidos de oposição, afirmou não ter conseguido registrar o nome de Corina Yoris. Esta é a segunda vez nesta eleição que um nome da oposição é vetado de disputar o pleito. María Corina Machado também foi retirada da eleição pela Suprema Corte venezuelana, alinhada ao regime de Maduro. Após as duas negativas, a oposição apoiará Manuel Rosales, que conseguiu se inscrever de última hora no processo eleitoral.
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