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O Palácio do Planalto confirmou nesta terça-feira (13) que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, segue no cargo ao menos até o final desta semana. A sinalização ocorreu depois de um encontro de Carneiro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A expectativa é de que Carneiro participe ainda hoje de uma audiência pública na Câmara dos Deputados e também esteja na reunião ministerial convocada por Lula para a próxima quinta-feira (15). A troca da ministra, no entanto, não está descartada por integrantes do governo.
De acordo com integrantes da Secretaria de Comunicação (Secom), a ministra tratou com Lula sobre sua situação dentro do governo petista. Conforme apurou a Gazeta do Povo, o presidente tenta costurar a substituição de Carneiro sem que haja um rompimento com o grupo político da atual ministra.
Ela foi indicada para compor a Esplanada dos Ministérios por causa do apoio de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho Carneiro (Republicanos), a Lula no segundo turno das eleições do ano passado. Apesar disso, a ministra não conseguiu atrair votos da bancada do União Brasil para o governo em votações da Câmara dos Deputados.
"O União Brasil vem apresentando desejo de reformulação da representação dos seus três ministros. É absolutamente natural que um partido queira apresentar isso. Mas está na pauta discutir com o União Brasil essa reformulação. Sempre digo que o governo é igual a um rali: de vez em quando, precisa trocar o motorista, o pneu. O que importa é estar no caminho certo", defendeu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Celso Sabino é o principal cotado para assumir a vaga de Daniela Carneiro
O principal cotado para assumir a vaga de Daniela Carneiro é o deputado Celso Sabino (União-PA). Ele passou as últimas semanas pavimentando a sua indicação para a pasta.
Além do apoio dos deputados do partido, ele conta com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Eleito pelo PSDB em 2018, Sabino deixou a legenda após se alinhar ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defender que o partido apoiasse Lira em vez de Baleia Rossi (MDB-SP), então candidato de Rodrigo Maia.
A decisão do deputado de apoiar o candidato do governo à Presidência da Câmara culminou com a abertura de um processo de expulsão da sigla. Após isso, ele acabou migrando para o União Brasil.
Além disso, o parlamentar ganhou projeção junto ao governo petista ainda no final do ano passado, quando viabilizou na Comissão Mista de Orçamento a tramitação da chamada PEC da Transição. À época, Sabino era presidente do colegiado e trabalhou pela aprovação da medida, a qual possibilitou furar o teto de gastos e ampliar os recursos para que Lula viabilizasse, por exemplo, o Bolsa Família no valor de R$ 600.