Após encontro com Lula, presidente do parlamento europeu demonstra apoio ao acordo com Mercosul| Foto: Reprodução/Twitter
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Após uma reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a presidente do parlamento europeu, Roberta Metsola, demonstrou apoio ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, com "devidas salvaguardas ambientais e de sustentabilidade".

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À frente do parlamento desde o último ano, Metsola usou as redes sociais para falar do encontro com o mandatário brasileiro. "Juntos, podemos cooperar ainda mais no comércio, clima ou energia. Com as devidas salvaguardas ambientais e de sustentabilidade, o Acordo UE-Mercosul pode ser vantajoso para todos", escreveu Metsola.

O encontro entre as duas lideranças aconteceu na manhã desta segunda-feira (17), durante passagem de Lula por Bruxelas para participar da III Cúpula Celac-União Europeia. O evento tem o intuito de discutir tensões geopolíticas, aumento da fome e da pobreza, desafios ambientais e a reforma do sistema financeiro internacional.

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Lula, porém, aproveitou a viagem para fazer declarações sobre o acordo de livre comércio entre os dois blocos econômicos. Em negociação há mais de 20 anos, o acordo, finalizado em 2019, está estacionado desde que a União Europeia fez uma série de novas exigências ao Mercosul para que o pacto seja finalmente fechado.

Tais exigências, porém, causaram desconforto no lado de cá do Atlântico. Lula tem chamado as novas condições do bloco europeu de "inaceitáveis". Para que o acordo seja chancelado, a União Europeia requer que os países sul-americanos sigam uma série de novas resoluções de proteção ambiental no que diz respeito à Amazônia.

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Protecionismo europeu é criticado por Lula

Em seu discurso na abertura da Cúpula em Bruxelas, nesta segunda, o presidente voltou a criticar tais exigências. "A conclusão do Acordo Mercosul-União Europeia é uma prioridade e deve estar baseada na confiança mútua e não em ameaças. A defesa de valores ambientais, que todos compartilhamos, não pode ser desculpa para o protecionismo", disse Lula.

"Proteger a Amazônia é uma obrigação. Vamos eliminar seu desmatamento até 2030. Mas a floresta tropical não pode ser vista apenas como um santuário ecológico. O desenvolvimento sustentável possui três dimensões inseparáveis: a econômica, a social e a ambiental. O mundo precisa se preocupar com o direito de viver bem dos habitantes da Amazônia", defendeu o brasileiro.

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Essas exigências, no entanto, não são vistas como preocupação com as florestas da América do Sul. Esses entraves são uma forma de camuflar a preocupação de alguns países europeus que têm receio de perderem mercado para os produtos brasileiros e sul-americanos.