Após intensos debates e longo impasse, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro aprovou, na tarde desta quinta-feira (3), uma série de convocações de testemunhas, resultado de acordo entre governo e oposição. Entre as testemunhas convocadas estão Walter Delgatti Neto, hacker da Lava Jato que foi preso na quarta-feira (2), e o fotógrafo da agência de notícias Reuters, Adriano Machado.
As votações dos pedidos de convocação foram realizadas separadamente da pauta do dia, devido à pressão da base governista para que Delgatti seja ouvido no colegiado e explique a suposta tentativa de invasão do sistema das urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por sua vez, a oposição obteve mediante o mesmo acordo a convocação do repórter fotográfico Adriano Machado, que foi identificado por imagens de vídeo no dia dos ataques à Praça dos Três Poderes interagindo com os vândalos do Palácio do Planalto.
Os parlamentares aliados do governo resistiram até o fim à convocação de Machado e alegaram ameaças à liberdade de imprensa. O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), justificou que o fotógrafo será ouvido por ter "testemunhado um crime". Já o senador Jorge Seif (PL-SC) ressaltou que o fotógrafo foi "cúmplice" dos atos de vandalismo, à medida que parecia buscar o melhor resultado para as imagens que registrou das depredações de bens públicos.
Quanto a Walter Delgatti Neto, ele foi preso em Araraquara (SP) durante uma operação que também incluiu busca e apreensão na casa e no gabinete da deputada Carla Zambelli (PL-SP). O hacker revelou ter sido pago para ficar à disposição da deputada e supostamente ter acertado com ela uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de ter se encontrado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Outros convocados são militares visados pela base governista
Além de Delgatti Neto e Machado, o colegiado aprovou por acordo as convocações do sargento Luís Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); Marcela da Silva Moraes Pinno, cabo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF); e de Cintia Queiroz de Castro, coronel da PMDF e subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Além disso, a CPMI agendou para a próxima terça-feira (8) o depoimento de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, que está cumprindo medidas cautelares como investigado pelo inquérito dos atos de vandalismo presidido pelo STF.
A festa da direita brasileira com a vitória de Trump: o que esperar a partir do resultado nos EUA
Trump volta à Casa Branca
Com Musk na “eficiência governamental”: os nomes que devem compor o novo secretariado de Trump
“Media Matters”: a última tentativa de censura contra conservadores antes da vitória de Trump
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF