O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes lamentou a morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada em uma abordagem de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Nas redes sociais, o magistrado afirmou que a corporação “merece ter a sua existência repensada”.
A menina foi atingida por tiros de fuzil na noite do último dia 7, quando o carro da família passava pelo Arco Metropolitano, em Seropédica, na Baixada Fluminense. Segundo parentes de Heloísa, agentes da PRF abriram fogo contra o veículo da família, atingindo a criança na cabeça e na coluna. Depois de nove dias internada, a criança morreu nesta manhã.
“Ontem, Genivaldo foi asfixiado numa viatura transformada em câmara de gás. Agora, a tragédia do dia recai na menina Heloisa Silva. Para além da responsabilização penal dos agentes envolvidos, há bem mais a ser feito. Um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses - e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais -, merece ter a sua existência repensada. Para violações estruturais, medidas também estruturais”, escreveu o ministro.
Na postagem, Gilmar Mendes lembrou da morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, em Umbaúba (SE), no ano passado, outro caso envolvendo policiais rodoviários federais. Durante a abordagem, Genivaldo foi imobilizado e trancado dentro de uma viatura da corporação tomada por gás lacrimogêneo. Ele morreu asfixiado. Em agosto, o ministro da Justiça, Flávio Dino, demitiu os três agentes envolvidos na ação.
Neste sábado (16), o Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão dos três agentes da PRF envolvidos na ação que resultou na morte da menina Heloísa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a criança foi “atingida por tiros de quem deveria cuidar da segurança da população”.
“Morreu hoje a pequena Heloisa dos Santos Silva, de 3 anos, atingida por tiros de quem deveria cuidar da segurança da população. Algo que não pode acontecer. A dor de perder uma filha é tão grande que não tem nome para essa perda. Não há o que console. Meus sentimentos e solidariedade aos pais e demais familiares”, disse o mandatário nas redes sociais.
Dino reforçou que a ação está sendo investigada. “Quanto à apuração de responsabilidade administrativa, reitero que o processo administrativo foi instaurado no mesmo dia da ocorrência. Minha decisão só pode ser emitida ao final do processo, como a lei determina. Também já há Inquérito Policial na Polícia Federal, que será enviado ao MPF e à Justiça”, afirmou o ministro da Justiça.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF