Lula afirma que, sem Bolsonaro, os atos de 8 de janeiro não teriam acontecido| Foto: André Borges/EFE
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reforçou seu posicionamento de que houve uma tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, ao comentar sobre a operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã desta quinta-feira contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.

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“Obviamente que tem muita gente envolvida, tem muita gente que vai ser investigada, porque um dado concreto é que houve uma tentativa de golpe, houve uma política de desrespeito à democracia, houve uma tentativa de destruir uma coisa que nós construímos há tantos anos que é o processo democrático e essa gente tem que ser investigada”, disse Lula em entrevista à rádio Itatiaia pouco depois da deflagração da operação, batizada de Tempus Veritatis.

O petista ainda disse que querem saber quem financiou os atos, os acampamentos em frente aos quartéis para que nunca mais se repita o que aconteceu no dia 8 de janeiro. Segundo ele, as pessoas precisam aprender que eleição democrática “a gente perde e a gente ganha. Quando a gente perde, a gente lamenta, quando a gente ganha, a gente toma posse e governa o país”.

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Ao se referir ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como “o cidadão que estava no governo”, Lula disse que ele “não estava preparado para ganhar, não estava preparado para perder, não estava preparado para sair, tanto é que não teve nem coragem de me dar posse, foi embora chorando para os Estados Unidos, porque ele deve ter participado da construção dessa tentativa de golpe”.

De acordo com o presidente, o 8 de janeiro não teria acontecido sem Bolsonaro. Lula destacou que o comportamento do ex-presidente foi “muito diferente”, por ele ter passado o período pré-eleitoral “mentindo sobre as eleições, sobre as urnas e criando a “suspensão de uma urna que foi responsável pela eleição dele em 2018”.

O presidente argumentou que, se as urnas realmente fossem fraudulentas, Bolsonaro deveria pedir que todos os deputados e senadores renunciassem, já que todos foram eleitos no “mesmo processo eleitoral com a mesma urna”.

“Eu vou te dizer uma coisa, tem pouca coisa no mundo mais séria que a urna eletrônica. Se ela não fosse séria, eu não teria sido presidente da República que em todas as eleições ou fui o segundo, ou fui o primeiro”, afirmou.

Apesar de seus comentários, Lula disse que não cabe ao presidente da República falar sobre ações da Polícia Federal, que são feitas com base em um pedido da Justiça a partir de investigações sigilosas. “Não cabe a um presidente da República ficar dando palpite em uma atuação dessa”, afirmou.

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Lula também afirmou que espera que a Polícia Federal atue “do jeito mais democrático possível, que não haja nenhum abuso, que faça aquilo que a Justiça determinou que faça e, depois, apresente para a sociedade o resultado daquilo que eles encontraram”.

Deflagrada hoje pela manhã no âmbito das investigações dos atos de 8 de janeiro de 2023, a Operação Tempus Veritatis tem como alvos Bolsonaro (PL) e seus aliados. Ao todo, são cumpridos 37 mandados de prisão, busca e apreensão em nove estados e no Distrito Federal.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]