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Aproximação da Rússia com América Latina

PSB diz que não apoia acenos à Rússia após partidos de esquerda participarem de evento com Putin

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Primeira Conferência Parlamentar Internacional Rússia-América Latina, aberta por Putin na semana passada, está sendo realizada em Moscou (Foto: EFE/EPA/VLADIMIR ASTAPKOVICH/SPUTNIK/KREMLIN)

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Após reportagem produzida pela Gazeta do Povo ter informado sobre a comitiva de parlamentares brasileiros que viajaram até a Rússia para a Conferência Parlamentar Internacional Rússia-América Latina, o presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Siqueira, informou que a legenda não apoiou a viagem de Acilino José Ribeiro de Almeida. O secretário-geral do partido foi um dos governistas que viajou até Moscou para o evento patrocinado pelo governo russo e que contou com a presença do autocrata Vladimir Putin. Além dele, representantes do PT, do PCdoB, do MDB e do PSD também participaram do evento na Rússia.

À Gazeta do Povo, Siqueira disse que a legenda não tinha conhecimento sobre a viagem de Almeida e que o PSB “não compactua com nenhum país invasor” - em referência à invasão da Rússia à Ucrânia. O presidente da sigla ainda condenou algumas declarações do seu secretário durante a passagem pelo território russo — Almeida foi um dos palestrantes do evento.

Entre os dias 29 de setembro e 2 de outubro, o Parlamento russo convocou congressistas e outros membros de partidos políticos da América Latina para debates e palestras em Moscou. De acordo com informações divulgadas pela organização, aproximadamente 200 parlamentares participaram da cúpula.

A Rússia iniciou uma guerra contra a Ucrânia - com invasão do território ucraniano - em fevereiro de 2022 e quase 200 mil pessoas morreram devido ao conflito. Desde então, o país de Putin tem tentado se aproximar do chamado Sul-Global ao se ver isolado pelas nações do Ocidente. Países europeus e os Estados Unidos têm imposto sanções à Rússia com o intuito de pressioná-la pelo fim da guerra.

Procurado, o secretário-geral do PSB e participante da delegação que foi à Rússia, Almeida disse que, de fato, não foi ao país como reapresentante do PSB. Segundo ele, participou da comitiva “como convidado especial da Duma (o parlamento da Rússia) e especialista em Geopolítica Mundial e Segurança Internacional e professor de Relações Internacionais, Direito Internacional e Economia Internacional”.

Secretário-geral do PSB diz que presidente ucraniano deveria ser preso

Almeida ainda disse que “se sentiu em casa” durante o período que esteve na Rússia. Questionado sobre o desconforto em fazer uma viagem ao país invasor da Ucrânia, o secretário-geral do PSB afirmou que “qualquer militante ou dirigente pode e deve dar livremente sua opinião, que acredito todos sejam na construção de um projeto de paz entre as duas nações, e esta é a posição de meu segmento, o MPS (Movimento Popular Socialista), dentro do partido: construir a paz entre as nações”.

Ele ainda declarou apoio à Rússia diante do conflito. “Zelensky deveria ser preso como criminoso de guerra por ter provocado a guerra e ser o responsável pelo assassinato de crianças, idosos e mulheres russas na região territoriais da Rússia em Danonk e outras na Crimeia. Dentre outras ações terroristas que a Ucrânia vem praticando”, disse o secretário-geral do PSB.

A guerra, contudo, teve início depois que tropas russas invadiram a Ucrânia, em fevereiro de 2022. Em recente participação na Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de sequestrar crianças e de separá-las de suas famílias. Seu governo apresentou evidências das alegações.

“Tentamos trazer as crianças de volta, mas o tempo está passando. O que acontecerá com elas? Essas crianças aprendem a odiar a Ucrânia. Isso é um genocídio, quando usam ódio contra uma nação, sempre tem continuação", disse ele, durante o evento que aconteceu em Nova York, em setembro.

Acusar a Ucrânia de iniciar a guerra faz parte da campanha de propaganda russa de inversão de valores. Moscou invadiu a Ucrânia com objetivos de expansão territorial sob a frágil justificativa de proteger uma minoria étnica.

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