Os ministros Paulo Guedes (Economia) e Bento Albuquerque (Minas e Energia) afirmaram que a política de preços da Petrobras é independente, e a companhia está livre para estabelecer o preço do petróleo. Segundo eles, não deve haver intervenção política nas decisões da companhia. Porém, defenderam mais transparência no cálculo do reajuste do preço dos combustíveis.
As declarações foram dadas após reunião dos ministros e técnicos da estatal com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) para discutir a política de reajuste de preços da companhia.
"Quem vai decidir o momento e o valor [do reajuste] vai ser a Petrobras", respondeu Bento Albuquerque. "Ela tem total liberdade [para isso]", completou. "É ela [a Petrobras] quem tem que decidir. Ela é independente para estabelecer o preço do petróleo", reafirmou Guedes.
Pedido de Bolsonaro para segurar preço do diesel
Bento Albuquerque disse houve um "erro de comunicação" no episódio em que o presidente Bolsonaro pediu para a Petrobras segurar o aumento de 5,74% no diesel. “Por contingências estava voando para Roraima e quando pousei é que comecei a receber as informações. Entendo que presidente, não estando informado e não tendo as pessoas para informá-lo exatamente do que estava ocorrendo, ele pediu esclarecimentos."
Guedes também estava fora do país, nos Estados Unidos, quando Bolsonaro tomou a decisão de ligar para Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras. "Bolsonaro pensou em uma dimensão política. E é natural a preocupação dele. Ele, num tom franco, falou para Castello Branco: 'no dia em que estou comemorando 100 dias, você está jogando diesel no meu chop?'", relatou Guedes.