O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), acionou a Polícia Legislativa da Casa para tomar providências contra o influenciador de esquerda Felipe Neto, por ter sido chamado de "excrementíssimo", durante um evento sobre a regulação das redes sociais na casa legislativa.
Após a abertura da ocorrência, a Polícia Legislativa enviou a acusação de injúria à Justiça Federal.
A Gazeta do Povo teve acesso ao termo circunciado (boletim de ocorrência) feito pela Polícia Legislativa, após Lira comunicar a "ocorrência de crime contra honra na Casa".
Inicialmente, a Presidência da Casa informou que Lira não iria se pronunciar sobre o assunto, no entanto, diante da repercussão do caso nas redes sociais, na imprensa e por ter sido uma fala gravada pela TV Câmara, o parlamentar decidiu tomar medidas judiciais.
No comunicado entregue à polícia, Lira menciona que Felipe Neto proferiu "expressões injuriosas" contra a sua pessoa. Considerando que o fato pode ser configurado como crime contra a honra, ele pede a adoção de providências cabíveis no que tange à competência da Polícia Legislativa.
O termo circunstanciado de ocorrência proferido pela Polícia Legislativa esclarece que Felipe Neto "com vontade livre, consciente e com o dolo específico de querer macular a honra subjetiva do Presidente da Câmara dos Deputados, atribuiu a ele juízo depreciativo com a seguinte frase: 'é possível que a gente altere a percepção de um projeto de lei 2630, que, infelizmente, foi triturado pelo excrementíssimo Arthur Lira'".
A polícia ainda reforçou que "a mensagem injuriosa foi amplamente divulgada nas redes sociais e jornais gerando milhares de visualizações".
Deputados reagiram contra a fala do influenciador e chamaram a declaração de "desrespeito", além de "falta de noção e inteligência política".
"Quando um influenciador chama o presidente da Casa de 'excrementíssimo' durante uma sessão da Câmara, dentro da Câmara, isso é chamado de 'mera opinião'", ressaltou Nikolas Ferreira (PL-MG) à coluna Entrelinhas.
A fala de Felipe Neto contra Lira reforça a sua proximidade com o governo do presidente Lula que tem mantido uma relação "conflituosa" com o presidente da Câmara.
Neto ainda integra um grupo de trabalho montado pelo Ministério dos Direitos Humanos para combater “o discurso de ódio e o extremismo”. Em março deste ano, ele defendeu o controle das redes sociais como forma de derrotar o que chamou de “extrema-direita”.
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