Presidente Lula exonera diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti.| Foto: Ricardo Stuckert/PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu, nesta terça-feira (30,) o diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti. Para o cargo, nomeou Marco Aurélio Cepik, conforme publicação no Diário Oficial da União (DOU).

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Mais cedo, Lula disse que não conseguiu estabelecer plena confiança na Abin, que vem sendo alvo de sucessivas questões com o governo federal. A crise começou com uma possível falta de informações referentes aos atos de 8 de janeiro de 2023 e à informação de que o suposto esquema de espionagem teria ramificações, como pessoas ainda ligadas ao ex-diretor-geral Alexandre Ramagem (PL-RJ). Há também suspeita de que equipamentos teriam sido levados por Ramagem e outros investigados.

“A gente nunca está seguro. O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin [Luiz Fernando Corrêa], é o companheiro que foi o meu diretor-geral entre 2007 e 2010. É uma pessoa que eu tenho muita confiança e que montou a equipe dele. E dentro da equipe dele tem o cidadão que está sendo acusado que mantinha relação com o Ramagem, que é o ex-presidente da Abin no governo passado, inclusive relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin”, disse em uma entrevista à rádio CBN Recife.

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O anúncio da desoneração do “número 2” da Abin ocorreu mesmo sem que a PF confirmasse o envolvimento dele na “interferência em investigações”. Lula argumentou que “não havia clima” para ele continuar no cargo.

O petista também disse que não iria se deixar levar “pela manchete de jornal”. “Você está matando as pessoas sem dar chance de as pessoas se defenderem. E eu acho que todo mundo é inocente até prova em contrário”, concluiu o petista.

Demitido por Lula, Moretti é um dos alvos da Operação Vigilância Aproximada, desencadeada pela Polícia Federal para apurar uma suposta relação que ele ainda teria com o possível esquema de espionagem de autoridades.

Quem é Marco Cepik, novo diretor da Abin

Marco Aurélio Cepik, que será o novo "número 2" da Abin, foi um dos autores das propostas ao grupo de transição que acabaram moldando a atual configuração da Abin.

Cepik é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e autor do livro “Espionagem e democracia - Agilidade e transparência como dilemas na institucionalização de serviços de inteligência”. Ele também sugeriu a desmilitarização da agência e subordinação à Casa Civil da Presidência, conforme o que foi feito na gestão petista.

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