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Na Arábia Saudita

Bolsonaro defende que Brasil faça parte da maior organização de petróleo do mundo

Bolsonaro discursa na Iniciativa de Investimentos para o Futuro, em Riad: presidente pediu investimentos em infraestrutura no Brasil e em Angra dos Reis (RJ). (Foto: Fayez Nureldine/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro declarou em Riad, capital da Arábia Saudita, que gostaria que o Brasil fosse integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Bolsonaro abordou o tema durante um debate sobre o Brasil na Iniciativa de Investimentos para o Futuro, evento organizado pelo governo saudita.

O brasileiro foi a principal atração da manhã desta quarta-feira (30) no evento, que reúne 10 mil inscritos de 30 países e é conhecido como “Davos do Deserto”, em comparação com o Fórum Econômico Mundial.

Bolsonaro fez um discurso de 20 minutos sobre sua gestão e as reformas que está promovendo. Depois, respondeu perguntas da organização e da plateia. A mediadora, Ubna Olayan, citou que Bolsonaro poderia negociar a entrada na Opep com o governo saudita e então o presidente admitiu que gostaria de entrar. Ressaltou, porém, que precisava conversar com seus ministros.

Bolsonaro também pediu a participação dos sauditas no megaleilão do pré-sal. “Gostaria que os senhores participassem com muita vontade. Podemos formar uma grande parceria. Ajudando na estabilidade para o preço do petróleo para o mundo”, afirmou.

Bolsonaro disse que, em 10 anos, o Brasil será o quinto ou sexto maior produtor de petróleo do mundo.

A Opep foi fundada em 1960, como um caminho para países exportadores de petróleo se fortalecerem em relação às empresas compradoras – na grande maioria pertencente aos EUA, Inglaterra e Holanda. Tem atualmente 13 membros, dois deles da América do Sul (Venezuela e Equador). Historicamente, sofre mais influência dos países árabes.

Bolsonaro ressaltou durante suas falas a boa relação que construiu com o príncipe herdeiro e gestor do reino da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. “Parece que somos irmãos.” Também comemorou o anúncio de que os sauditas irão destinar US$ 10 bilhões do seu Fundo Soberano para investimentos no Brasil.

Bolsonaro pediu que príncipe saudita invista em Angra dos Reis

Bolsonaro disse que o dinheiro deve ir para setores como infraestrutura, óleo e gás, defesa e saneamento. Mas frisou um pedido pessoal ao príncipe. “Gostaria que uma parte fosse investida para a baía de Angra dos Reis”, declarou.

O presidente voltou a fazer comparações entre a região, no litoral do Rio de Janeiro, com Cancún, no México. Pouco antes, o evento teve um painel sobre os esforços sauditas para levar recursos para outra alternativa turística litorânea, os mais de mil quilômetros da costa do país no Mar Vermelho.

Em recado aos investidores internacionais, Bolsonaro comemorou a aprovação da reforma da Previdência e disse que o governo está empenhado na aprovação em curto prazo de mais duas reformas, a administrativa e a tributária. Também falou sobre esforços para aprovar leis infraconstitucionais para desburocratizar o país.

“É muito difícil ser empresário no Brasil. Estamos trabalhando para que o ambiente de negócio seja razoável”, declarou.

Bolsonaro também citou a Amazônia e aproveitou o seminário para criticar veladamente a postura do presidente da França, Emmanuel Macron, por atacar o Brasil durante o período de queimadas na região. “A Amazônia é nossa, é do Brasil.”

*O jornalista viajou a convite do governo da Arábia Saudita

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