A Polícia Federal publicou na quinta-feira (20) uma nova instrução normativa sobre armas de fogo, que segundo a corporação “confere menos burocracia no porte e posse”. Na prática, a nova norma dobra o número de armas de fogo que cada cidadão pode comprar. A medida havia sido anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro durante uma live.
Desde 2018, eram duas por cidadão. A Instrução Normativa 174-DG/PF, publicada nesta quinta, formalizou a autorização para compra de até quatro armas de fogo de uso permitido.
O limite maior já estava previsto em um decreto deBolsonaro, editado no ano passado. A PF já vinha autorizando a compra de quatro armas e as novas regras publicadas nesta semana apenas se adequam formalmente ao decreto do governo.
Além disso, a instrução normativa deixa de exigir documentos já existentes em sistemas da PF, reduzindo prazos para novos pedidos. Todo o processo de aquisição, registro e porte de armas passa a ser essencialmente eletrônico, possibilitando a abertura e o acompanhamento pelo requerente por meio da internet.
Outras mudanças na política de armas
A nova instrução normativa também autoriza o treinamento mensal a quem tiver arma de fogo, "com a possibilidade de utilização do armamento pessoal". O prazo de validade do registro também foi ampliado, para 10 anos.
Uma das inovações trazidas pela publicação é a previsão para que membros do Judiciário e do Ministério Público que busquem posse e porte de armas tenham a aptidão psicológica e a capacidade técnica atestadas pelas próprias instituições. Antes, essa capacidade era atestada pela PF.
As novas regras também determinam que policiais penais terão as mesmas prerrogativas dos demais policiais em relação a posse e porte de armas de fogo.
Regras foram tema de live
A publicação da instrução normativa foi anunciada na noite de quinta-feira (20) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em uma transmissão ao vivo pela internet. Durante a live, o presidente anunciou revogação de uma norma que, de acordo com ele, dificultava a posse e o porte de armas de fogo no país.
A instrução normativa de 2018, revogada pelas novas regras editadas pela PF, estabelecia procedimentos relativos a registro, posse, porte e comercialização de armas de fogo e munição. Bolsonaro relatou que a norma foi revogada após o pedido de um apoiador em conversa em frente ao Palácio da Alvorada.
Durante transmissão nas redes sociais, Bolsonaro declarou que, após a saída do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do governo, o tempo para deferimento ou não de posse de arma de fogo pela Polícia Federal caiu um terço em relação ao período em que Moro comanda a pasta.
Moro deixou o governo em abril deste ano, acusando o presidente de tentar interferir politicamente na PF. Um inquérito foi aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar as denúncias do ex-ministro e ainda está em tramitação.
Segundo informações do G1, a Polícia Federal registrou 74 mil novas armas no país no primeiro semestre de 2020. Mais da metade foi comprada por cidadãos comuns. Em todo o ano passado, foram registradas pela PF 90 mil novas armas de fogo; em 2018 foram 50 mil.
*Com informações de Estadão Conteúdo
PT se une a socialistas americanos para criticar eleições nos EUA: “É um teatro”
Os efeitos de uma possível vitória de Trump sobre o Judiciário brasileiro
Ódio do bem: como o novo livro de Felipe Neto combate, mas prega o ódio. Acompanhe o Sem Rodeios
Brasil na contramão: juros sobem aqui e caem no resto da América Latina
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião