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Parte dos cerca de 480 militares que estavam aquartelados no Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) em Barueri, na Grande São Paulo, por sete dias, foi liberada na noite de terça-feira (17), conforme anunciado pelo Comando Militar do Sudeste.
O Exército informou que a situação evoluiu “do estado de prontidão para sobreaviso, o que significa uma redução no efetivo da tropa aquartelada”. No entanto, não foram fornecidos detalhes específicos sobre quantos militares foram liberados.
O aquartelamento ocorreu após o desaparecimento de 21 metralhadoras de alto calibre no AGSP. O sumiço das armas foi descoberto durante uma inspeção na última terça-feira (10), levando o Comando Militar do Sudeste a manter os militares aquartelados para contribuir com as investigações.
Durante esse período, foram coletados depoimentos da tropa com o objetivo de esclarecer o destino das armas. Até o momento, não foi identificado nenhum suspeito no caso.
O material desaparecido inclui 13 metralhadoras .50 (antiaéreas) e oito de calibre 7,62. O Exército alega que as armas estavam inservíveis, mas isso não exclui a possibilidade de que elas possam ser recuperadas e tornadas operacionais novamente após reparos.
O processo de manutenção das armas é extremamente complexo, e o AGSP é responsável por essa tarefa. Além disso, a unidade é encarregada de iniciar o processo de desfazimento e destruição das armas que não podem ser reparadas.
De acordo com oficiais envolvidos na investigação, aproximadamente 40 militares foram ouvidos até o momento para delimitar o período em que as metralhadoras desapareceram. Não é prática regular realizar contagens periódicas das armas, e a contagem ocorre somente quando um militar precisa retirar as armas para manutenção ou transporte.
O general Tomás Paiva, comandante do Exército, destacou o comprometimento da Força em solucionar o caso das metralhadoras desaparecidas e afirmou que “não mediremos esforços para recuperar as armas e punir os responsáveis”. A tese de contagem incorreta foi descartada, e as principais hipóteses são de furto ou extravio das armas.
O general Achilles Furlan, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, que supervisiona o AGSP, foi deslocado de Brasília para São Paulo para acompanhar as investigações. Ele ressaltou que o desenrolar da investigação pode revelar “hipóteses que não podem ser descartadas” e reiterou que o Exército está empenhado em encontrar as armas desaparecidas.
As investigações também consideram a possibilidade de que as armas possam ter sido furtadas ou desviadas já em setembro, e o inquérito é conduzido pelo próprio Exército.