Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Fraude

Juiz manda para o STF caso dos kits de robótica que teriam sido comprados por aliados de Arthur Lira

Arthur Lira
Investigação apontou possível ligação de Arthur Lira, que tem foro privilegiado, com compra superfaturada de kits de robótica em Alagoas. (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

Ouça este conteúdo

O juiz federal substituto Roney Raimundo Leão Otilio encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta (5), o processo que apura um esquema de fraude na compra de kits de robótica em Alagoas por aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). No despacho, o magistrado afirma que a investigação policial identificou uma possível ligação do parlamentar com os crimes.

Entre as provas colhidas que apontam essa relação, estão três documentos que citam Lira e seu ex-assessor, Luciano Ferreira Cavalcante, e um manuscrito com anotações de possíveis despesas do deputado, familiares e “pessoas de sua relação”.

“Dessa forma, considerando o art. 102, I, b, da Constituição Federal, cabe ao Supremo Tribunal Federal julgar infrações penais de membros do Congresso Nacional. Havendo indícios da participação nos delitos ora investigados de um congressista, a competência deste Juízo de 1º grau se encerra”, escreveu Otilio no despacho por conta do foro privilegiado de Lira.

O magistrado afirmou, ainda, que o próprio Ministério Público Federal (MPF) pediu para atuar no caso. “o MPF ratificou a Representação, requerendo o encaminhamento de toda a investigação à Suprema Corte”, completou. A assessoria de Lira afirmou que o parlamentar não vai comentar a decisão.

Os recursos teriam sido destinados ao projeto no estado entre os anos de 2019 e 2022 através das RP9, que ficaram conhecidas como “orçamento secreto” e não tinham indicação de destino. Os contratos para a compra dos kits deram origem a uma operação deflagrada na semana passada pela PF que descobriu fraude nas licitações e apreendeu R$ 4,4 milhões em dinheiro em espécie em reais e em dólares em Maceió.

Foram empenhados R$ 32,9 milhões ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), dos quais o governo liberou R$ 29,7 milhões para pagamento. Pelo menos R$ 17 milhões já teriam sido pagos, sendo o restante à espera de quitação. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a anulação de todos os contratos que ainda não foram finalizados.

O esquema teria destinado a licitação para uma empresa específica, a Megalic Ltda., que comprava os equipamentos de um fornecedor que fica em São Paulo e destinava o dinheiro pago pelas prefeituras a diversas contas bancárias em nome de operadores que faziam saques e entregavam aos investigados.

Após a operação da PF, Lira procurou se afastar de qualquer irregularidade e afirmou que há decisões judiciais que negam o superfaturamento dos kits. Ele, no entanto, não se pronunciou sobre as emendas.

Veja a íntegra da decisão:

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Tudo sobre:

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.