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Amorim e Lula
Celso Amorim afirma que ainda é prematuro analisar como o ataque a Trump vai influenciar eleição nos EUA neste ano.| Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, afirmou que o ataque ao ex-presidente americano Donald Trump neste final de semana não significa que tenha garantido uma vitória a ele na eleição deste ano.

Amorim viaja aos Estados Unidos nesta semana para participar de eventos acadêmicos e se reunir com Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca. A viagem ocorrerá dias depois de Trump ficar ferido após um tiroteio durante um comício no estado da Pensilvânia.

A influência do ataque na eleição americana em que o atual presidente Joe Biden é pressionado a desistir da candidatura por conta de seu estado de saúde ainda é estudada, mas apoiadores de Trump acreditam que dará um forte impulso à campanha republicana.

“É difícil neste momento avaliar o efeito que esse atentado vai ter. Não conhecemos as circunstâncias todas. Não se sabe direito nem quem vai ser o candidato democrata. [...] Obviamente os partidários do Trump vão tentar tirar proveito daquela foto dele ensanguentado, isso sem dúvida”, disse Amorim em entrevista à Folha de São Paulo publicada neste domingo (14).

Para Celso Amorim, ainda será preciso aguardar as próximas pesquisas de intenção de voto para apurar em como tanto os eleitores como os delegados dos colégios eleitorais devem se comportar. Isso, aliás, é um complicador na visão do embaixador.

“Nenhuma pesquisa garante nada em nenhuma eleição, mas nos EUA é ainda mais difícil, porque ter mais votos não garante a vitória necessariamente”, pontuou.

O embaixador, no entanto, confirmou a posição do presidente Lula de apoiar uma vitória de Joe Biden, apesar das condições delicadas de saúde. Ele vê no democrata uma visão “mais parecida” com o governo brasileiro.

“Claro que temos identificação maior com o Biden, que inclusive defendeu a democracia no Brasil, além de ter uma política econômica e social mais parecida com a que queremos ter. Temos também algumas divergências de política externa, o que é natural”, completou.

Lula vem defendendo frequentemente a continuidade de Biden, mas afirma que ele é quem deve decidir se tem condições de seguir com a candidatura ou não. O presidente americano vem sendo pressionado a abrir mão da corrida presidencial, principalmente após o debate com Trump em que se mostrou mais lento em reagir.

“Eu pessoalmente gosto do Biden, já o encontrei várias vezes. Acho que ele tem um problema, está andando mais lentamente, demorando mais para responder as coisas. Mas, quem sabe das condições do Biden é o Biden”, disse Lula em uma entrevista recente.

O presidente brasileiro, que repudiou o ataque a Trump neste fim de semana, é um crítico contumaz do republicano. Ele chegou a chamá-lo de “cidadão mentiroso” e afirmou que a eleição nos Estados Unidos “a depender de quem ganha, pode melhorar ou piorar o mundo”.

“O mundo precisa ficar mais humano, solidário, fraterno, mais humanista. As pessoas estão muito raivosas, muito irritadas”, pontuou.

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