Atacado pela militância petista, o relatório divulgado pela ONG Transparência Internacional - que mostrou uma queda de dez posições do Brasil no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023 - já foi elogiado por membros do PT durante governos de opositores.
Segundo o ranking, em 2023, primeiro ano do governo do presidente Lula (PT), a pontuação brasileira diminuiu de 38 para 36 pontos no IPC e colocou o país no mesmo patamar de Argélia, Sérvia e Ucrânia – que está em guerra.
Entre os pontos analisados pela Transparência Internacional estão a “degradação das instituições”; a indicação do advogado pessoal de Lula, Cristiano Zanin, para o Supremo Tribunal Federal (STF); a escolha de Paulo Gonet Branco para o cargo de procurador-geral da República (PGR) fora da lista tríplice do Ministério Público Federal; as “emendas de relator” no Congresso; o aumento do fundo eleitoral para R$ 4,9 bilhões neste ano, entre outros.
Após a divulgação do ranking, a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (RS), atribuiu a queda do Brasil no IPC a uma “má vontade e a oposição política da ONG ao presidente Lula e ao PT” e acusou a organização de ter uma “longa trajetória de desinformação”.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que o relatório tem “distorções políticas absurdas” e “não tem cientificidade alguma”.
Até mesmo os ministros da Controladoria-Geral da União, Vinicius Marques de Carvalho, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, saíram em defesa do governo. Carvalho disse que “o IPC pode ter viés de seleção” e atacou o governo Bolsonaro. Já Gilmar Mendes afirmou que “um índice baseado em percepções precisa ser visto com cautela”.
Apesar da tentativa de desqualificação do índice, edições anteriores do relatório foram endossadas pela esquerda quando apontaram problemas no combate à corrupção durante governos de opositores.
Em outubro de 2020, ao comentar a divulgação do relatório, o perfil oficial do PT na rede social X disse que o governo Bolsonaro havia promovido um “desmanche do arcabouço anticorrupção”.
“A transparência internacional divulgou relatórios que não só apontam a obstrução da ofensiva, mas descrevem ‘um progressivo desmanche institucional anticorrupção que o Brasil levou décadas para consolidar’", afirmou o PT à época.
O índice também foi endossado em publicações do então deputado federal e atual ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT-RS), nos anos de 2017, 2020 e 2022. No primeiro post, na rede social X, Pimenta usa o relatório para criticar o governo do então presidente Michel Temer (MDB) e as outras duas publicações são usadas para atacar o governo Bolsonaro.
“Adivinha quem é o menos transparente? Ele!”, diz um post de Pimenta do dia 1ª de setembro de 2020, na rede social X.
“Com Bolsonaro, Brasil é rebaixado em relatório da Transparência Internacional sobre combate à corrupção”, diz a outra publicação do petista, em 11 de outubro de 2022.
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