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Atentado em Brasília
| Foto: André Borges/EFE

A Polícia Federal (PF) intensifica as investigações sobre as explosões que ocorreram na Praça dos Três Poderes, na noite de quarta-feira (13). O objetivo principal é entender as motivações e ações de Francisco Wanderley Luiz, chaveiro de Rio do Sul (SC), identificado como o responsável pelo atentado.

Duas explosões foram registradas por volta das 19h30. De acordo com o boletim da Polícia Civil do Distrito Federal, a primeira detonação foi causada por um explosivo que estava na mochila de Wanderley e foi acionado junto ao seu corpo. A segunda explosão aconteceu em uma via auxiliar próxima, onde um veículo estava estacionado, mas as circunstâncias ainda estão sendo apuradas.

Depoimentos colhidos pela PF com familiares do acusado indicam que ele possuía fortes convicções políticas, planejou detalhadamente o ataque e tinha alvos específicos. Segundo relatos divulgados pelo G1, uma ex-companheira de Wanderley afirmou à PF que, desde 2022, ele expressava a intenção de “eliminar os ministros do STF”. Ela revelou ainda que ele chegou a se hospedar em Brasília naquele ano para "observar a movimentação".

O principal alvo de Wanderley seria o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Queria matá-lo e quem mais estivesse junto na hora do atentado”, declarou a ex-companheira aos agentes da PF.

Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, confirmou que existem provas de deslocamentos frequentes de Wanderley entre Rio do Sul e Brasília em 2023 e 2024. A autoridade policial classificou as explosões como um “ato individual”, mas também destacou a presença de indícios que apontam para a possível influência de “grupos extremistas ativos” por trás do episódio.

"A ação, de fato, foi individual, mas a investigação dirá se há conexões, redes, o que está por trás e impulsionou essa ação", afirmou Rodrigues,

A investigação também busca determinar se Wanderley contou com apoio financeiro ou recebeu incentivos de terceiros em Brasília. Segundo informações do jornal O Globo, essa hipótese está sendo analisada.

Filho de Wanderley também depôs à Polícia Federal

Outro depoimento foi dado pelo filho de Wanderley, que relatou ter recebido uma mensagem de despedida do pai na caixa postal de seu celular. Ele afirmou que inicialmente não deu atenção ao conteúdo, mas que, após o atentado, compreendeu seu significado.

Apesar disso, o filho descreveu Wanderley como alguém de convicções políticas “não muito radicais” e de renda modesta, com ganhos mensais de aproximadamente R$ 5 mil.

Atualmente, a PF realiza perícias nos aparelhos eletrônicos de Wanderley para aprofundar as investigações e esclarecer possíveis conexões com grupos extremistas ou outras pessoas envolvidas.

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