A manifestação pró-anistia liderada pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e pelo pastor Silas Malafaia, reuniu milhares de apoiadores neste sábado (16), ocorrendo de maneira pacífica e sem registros de ocorrência, conforme informado pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ).
Os manifestantes usaram as tradicionais camisas verde e amarela e carregavam mensagens pedindo anistia aos presos de 8 de janeiro, também faziam protestos contra o atual governo e integrantes da Suprema Corte.
Nos arredores, ambulantes vendiam camisas e faixas com dizeres: "Fora Lula", "Anistia Já", além de bandeiras do Brasil, Israel e Estados Unidos. Embora houvessem pequenos trios elétricos independentes, o mais visado era o de Bolsonaro, onde também discursaram Nikolas Ferreira, Tarcísio de Freitas, Silas Malafaia, Cláudio Castro, entre outros.
Foco na anistia
As ruas de Copacabana começaram a ser fechadas pela Prefeitura no início da manhã. Os apoiadores de Bolsonaro começaram a chegar cerca de duas horas antes do horário marcado, 10h da manhã, e se aglomeravam próximo à grade do trio principal ou na porta do hotel onde o ex-presidente estava hospedado.
Quanto ao tema central do ato, parte dos manifestantes chegou a defender o impeachment do presidente Lula, mas o enfoque de Bolsonaro na anistia aos presos pelo 8 de janeiro predominou.
O mineiro Erick Ribeiro de 39 anos, que veio de Juiz de Fora com a família e amigos, foi um dos manifestantes a defender a anistia. "A gente está apoiando a pauta do presidente Bolsonaro, da anistia. A gente tem esse pedido, para dar força, para conseguirmos o apoio da Câmara aos presos do 8 de janeiro". Quando perguntado se o impeachment de Lula deveria estar na pauta, a resposta foi direta: "Não, negativo. Hoje é só anistia. Anistia para os presos do 8 de janeiro".
Discursos reforçaram liderança de Bolsonaro
Por volta das 10h15 o ex-presidente caminhou em direção ao trio preparado para recebê-lo. O clima de celebração foi generalizado, bem como as vaias a cada vez que o nome de Lula era mencionado. Gritos de "volta Bolsonaro" também foram comuns.
O momento de oração coube a Magno Malta. Silas Malafaia puxou o hino da independência e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, pediu para os manifestantes cantarem "Eu não errei", numa referência a quem votou em Lula nas eleições de 2022. Tarcísio de Freitas, por sua vez, levantou o astral dos apoiadores do ex-presidente ao declarar que "o candidato ao pleito de 2026 é Jair Messias Bolsonaro" e classificá-lo como "o melhor da história".
Quando o momento principal chegou, Bolsonaro recebeu o microfone ao som da aclamação de "mito". No final de seu discurso, ao lado da mulher de Clezão, preso do 8 de janeiro que morreu em novembro de 2023, no Complexo Penitenciário da Papuda, Bolsonaro declarou que uma eleição ano que vem sem que ele concorra é "negar a democracia". No fim, os manifestantes gritaram junto com ex-presidente seu tradicional lema "Brasil acima de tudo e Deus acima de Todos" e foi fortemente aplaudido.
Manifestantes acreditam que ato foi bem sucedido
Terminado o ato em Copacabana, a sensação que se tinha a partir do ponto de vista dos manifestantes era de que o ato foi bem sucedido em seu objetivo principal: levantar a pauta da anistia.
Segurando uma placa com os dizerem "armados com um batom e bíblia", Ana Cláudia, de 54 anos natural de Niterói, disse que a manifestação foi "como sempre, muito tranquila, com muitas pessoas convictas daquilo que querem, pensando no bem do outro. A gente não vê confusão nenhuma".
Aprovação do PL da Anistia ajuda Bolsonaro, mas perdão ainda depende do STF
Habeas corpus: como o STF relativizou um dos pilares da democracia
Governo quer ampliar estoques para conter inflação, mas pode acabar elevando os preços
Conflito de interesses e “má-fé”? Ministra da Cultura faturou alto com dinheiro de prefeituras