Apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protestaram, neste domingo (7), em frente à superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde o petista está detido há exatamente um ano. O ato pediu a soltura do político, preso por causa da condenação em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá.
De acordo com a Polícia Militar do Paraná, a aglomeração reuniu 3 mil pessoas nos arredores da sede da PF, no bairro Santa Cândida. Já o Partido dos Trabalhadores (PT) estimou que a manifestação reuniu 10 mil manifestantes.
Além de camisetas, faixas e bandanas com os dizeres "Lula Livre", apoiadores do ex-presidente também estamparam materiais de protesto contra o governo de Jair Bolsonaro (PSL) e a reforma da Previdência.
Outras capitais também tiveram atos em favor do ex-presidente neste domingo (7): Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife.
Discursos e presença de Haddad
Participaram da manifestação em Curitiba a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, outras lideranças da legenda e representantes de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Gleisi leu uma carta escrita pelo ex-presidente, em que ele afirma ser um "preso político exilado de seu próprio país".
Fernando Haddad (PT), candidato derrotado à Presidência da República nas eleições de 2018, também falou aos manifestantes. Ele citou o artigo publicado pelo ex-presidente no jornal Folha de S. Paulo neste domingo (7), criticou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e afirmou que Lula foi preso sem provas.
"Nós temos, à frente da Presidência da República, alguém que tem o pior desempenho nos primeiros 100 dias. O pior presidente da história depois da redemocratização, que não tinha condição sequer de ser deputado. Enquanto isso, aprisionaram, sem provas, quem nasceu para a coisa", criticou, referindo-se à pesquisa Datafolha.
Um dos apoiadores do ex-presidente no Paraná, Roberto Requião (MDB) também discursou no carro de som organizado no protesto. O ex-senador classificou a prisão de Lula como "política". "O Lula está preso e os ladrões estão soltos. Os ladrões que não estão vinculados à política de esquerda estão soltos." A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) não está no protesto em Curitiba, mas enviou uma carta em apoio a Lula. De acordo com os organizadores, ela está com pneumonia.
O ato em Curitiba
O ato em Curitiba começou no início da manhã, com uma caminhada do Terminal Boa Vista até a chamada Vigília Lula Livre, montada no entorno da PF. Durante a tarde, houve apresentações culturais e um ato inter-religioso.
A PM do Paraná organizou pontos de bloqueio no entorno da PF. A orientação aos policiais é para impedir a entrada de manifestantes com garrafas ou objetos que possam oferecer risco à segurança das pessoas.
Em São Paulo, grupos de direita e esquerda entram em conflito
Em São Paulo (SP), manifestantes pró-Lula e de um ato em favor da operação Lava Jato entraram em conflito na Avenida Paulista. Houve troca de agressões, mas a Polícia Militar não fez nenhuma prisão. A manifestação convocada pelo movimento Vem pra Rua, marcada para o mesmo horário do ato pró-Lula, protestou contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.
Em um carro de som em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), representantes de movimentos de direita comemoraram a prisão do ex-presidente Lula e defendiam o presidente o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Sergio Moro, ex-juiz da Operação Lava Jato que condenou o petista.
Na praça do Ciclista, na esquina da avenida Paulista com a Rua da Consolação, manifestantes favoráveis a Lula se concentravam para o ato da campanha Lula Livre. Em certo momento, cerca de dez pessoas se aproximaram do carro de som do grupo de direita e começaram a gritar frases contra Bolsonaro. A eles se somaram pessoas que aguardavam na fila para entrar no museu.
Representantes dos dois lados começaram a trocar xingamentos e empurrões. Um homem que passava no momento do tumulto foi jogado no chão e teve sua mochila rasgada por manifestantes de direita. Uma mulher que o acompanhava foi segurada e teve a blusa rasgada. Líderes da manifestação de direita pediram calma a seus integrantes e chamaram a Polícia Militar, que foi recebida com aplausos. Ao chegarem, os policiais separaram os mais exaltados e deram fim ao tumulto.
Prosseguindo a manifestação, os grupos de direita fizeram críticas ao STF, em especial ao ministro Gilmar Mendes. Também saudaram a memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos símbolos da repressão durante a ditadura militar (1964-1985). No carro de som, um manifestante afirmou que em 1964 os militares deram um contragolpe, impedindo que os comunistas tomassem o poder.
Atos a favor da Lava Jato ocorreram em outras capitais
Atos a favor da Lava Jato e com críticas ao STF também foram realizados no Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Curitiba (PR) [foto], sem registro de incidentes.
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