O presidente Jair Bolsonaro se tornou o principal alvo dos discursos do dia do Trabalho feitos durante ato transmitido pelas centrais sindicais, nesta sexta-feira (1º). A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse que as mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil são consequência do que qualificou como omissão do governo Bolsonaro diante da pandemia. "Jair Bolsonaro desdenha da doença, zomba dos mortos e avilta a cadeira da presidência", declarou ela. A petista avalia que, devido ao comportamento de Bolsonaro, a pandemia ganha contornos ainda mais graves no País. "Não nos resta agora outro caminho que não gritar fora Bolsonaro. O presidente é omisso com a crise que se avizinha", afirmou a ex-presidente.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que o 1º de Maio deste ano é simbólico por conta da pandemia, e que o momento é de união. "Neste ano temos um fato novo, que é a pandemia", disse. Segundo ele, outro fator que marca a data são as rápidas mudanças na economia e no mundo do trabalho que a Covid-19 tem provocado. Ele disse que a unificação de diferentes centrais e vertentes políticas em um único evento é importante. "Não é hora de nos desunirmos, temos que nos juntar, porque temos que construir o futuro. As condições são ruins, mas precisamos partir delas", disse ele. FHC afirmou ainda que, nesse momento, é importante manter a democracia e a liberdade. Em sua fala, o tucano não mencionou o nome de Bolsonaro.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), candidato à presidência nas eleições de 2018, afirmou durante a transmissão das centrais sindicais que a pandemia tem sido utilizada para desmontar direitos dos trabalhadores no Brasil. "É importante lembrar que o Brasil tinha mais de 13 milhões de desempregados mesmo antes da pandemia", disse Ciro. Segundo ele, a crise é uma "oportunidade" para refletir sobre os rumos do País, e também sobre os caminhos que levaram à situação atual. "Precisamos de um projeto que coloque o trabalho e os trabalhadores no centro, e não a especulação", ressaltou Ciro.
Além dele, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, também participou da transmissão, e afirmou que o governo Bolsonaro incentiva o aumento das mortes em decorrência da Covid-19 ao contrariar orientações científicas.
A ex-ministra do Meio Ambiente e dirigente da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, disse durante a transmissão das centrais sindicais que não se pode permitir que delírios autoritários do governo levem à retomada da ditadura militar no País. Em sua fala, ela não citou nominalmente o presidente Bolsonaro. "Não se pode permitir que qualquer governo, com seus delírios autoritários, retome no País um processo de ditadura", afirmou ela. Marina disse ainda que a pandemia agrava problemas sociais, especialmente o do desemprego, que, segundo ela, já eram graves antes da chegada do novo coronavírus ao Brasil.
O senador e líder da Minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que o governo Bolsonaro é o "principal aliado" da pandemia do novo coronavírus no Brasil. "Enfrentamos uma gravíssima crise sanitária, e também enfrentamos o principal aliado do vírus, que é o governo de Jair Bolsonaro", disse Randolfe. Ele conclamou a criação de uma frente única da oposição para lutar tanto contra a pandemia quando contra o governo. O senador disse ainda que além de enfrentar a doença e o governo Bolsonaro, a população precisa também defender a democracia no País. "A democracia está sob ameaça do governo, que tenta tutelar a Polícia Federal", afirmou.
No mesmo evento, a presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) disse que a pandemia tornou visível que a economia cresce por conta do trabalho, e não por conta do capitalismo. As afirmações são semelhantes àquelas feitas pelo ex-presidente Lula, em vídeo postado mais cedo em sua conta oficial no Twitter. "Não é o capitalismo que faz a economia crescer, é o trabalho humano", disse Gleisi. Ela afirmou ainda que a pandemia mostra que Bolsonaro e a elite do País, que segundo ela tem no presidente um de seus representantes, despreza os trabalhadores.
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