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Atos de 8/1

Ex-chefe do GSI de Lula mandou omitir alertas da Abin sobre atos de 8/1, diz jornal

Atos de 8/1
Ex-chefe do GSI teria suprimido alertas feitos pela Abin em documento enviado ao Congresso sobre atos de 8/1. (Foto: André Borges/EFE)

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O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, general Gonçalves Dias, teria determinado à direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a retirada de alertas enviados a ele sobre os atos de 8 de janeiro do relatório entregue ao Congresso Nacional. Apuração do jornal Folha de São Paulo desta quarta (14) afirma que a relação enviada aos parlamentares no dia 20 de janeiro não continha os informes feitos diretamente a ele pela agência.

A Comissão de Atividades de Controle de Inteligência (CCAI) do Congresso pediu todos os documentos com informes de inteligência disparados pela Abin entre os dias 2 e 8 de janeiro, mas os registros foram suprimidos sob o argumento de que a troca de informações não ocorreu por fontes oficiais.

Segundo a apuração, Gonçalves Dias teria recebido os alertas pelo WhatsApp e somente ele teria autorização para encaminhar as informações a partir do Sisbin, o Sistema Brasileiro de Inteligência.

Além do GSI, os alertas da Abin também foram disparados no grupo de WhatsApp criado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, a quem competia executar o plano de policiamento e segurança da Esplanada dos Ministérios e das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.

O jornal afirma que os 11 alertas enviados ao então ministro chegaram ao Congresso em maio por meio de um novo relatório da Abin, após quase quatro meses do primeiro pedido de informações logo no dia seguinte aos atos.

O documento teria sido entregue à CCAI espontaneamente pela atual diretoria da agência por solicitação da Procuradoria-Geral da União (PGR) com base em outra reportagem publicada em março que revelou a existência dos alertas.

Gonçalves Dias pediu demissão do cargo em abril após a divulgação de imagens que mostram ele e agentes do GSI circulando entre os manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto, mas sem interceder nos atos.

Segundo mostra a Folha de São Paulo, o uso do WhatsApp se tornou comum para a troca de informações de inteligência durante a gestão do delegado e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que faz parte da CPMI do 8/1. Na época, a Abin era subordinada ao GSI, enquanto que agora faz parte da Casa Civil do governo.

Chefe da Abin no dia dos ataques pediu exoneração ao ser convocado pela CPMI

Na época dos ataques e da entrega do primeiro relatório, a Abin estava sob o comando de Saulo Moura da Cunha, indicado por Lula como diretor-adjunto até a sabatina do Senado. Cunha foi convidado por Gonçalves Dias em abril para chefiar a Assessoria Especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos do GSI.

Cunha foi mantido no cargo após a exoneração do general, mas pediu demissão no começo de junho ao ser convocado para depor na CPMI que investiga os atos de 8 de janeiro. Ele não quis comentar qual teria sido a orientação de Gonçalves Dias sobre o envio das informações ao Congresso.

Já a defesa do ex-chefe do GSI disse que ele não tem “esses documentos” citados, que a investigação está sob sigilo e que o general tem respondido a todas as perguntas feitas no âmbito do inquérito. A Abin também não comentou a revelação dos documentos e disse que o assunto está sendo tratado pela Casa Civil.

Já o GSI disse que o relatório recebido da Abin foi encaminhado à CCAI.

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