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Manifestações de domingo

Atos pró-Lava Jato e Moro reúnem milhares; ministro e presidente respondem

Atos pró-Lava Jato e Sergio Moro na Avenida Paulista, em São Paulo. Foto; Nelson Almeida/AFP (Foto: AFP)

Após a divulgação de supostas conversas atribuídas ao ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e a integrantes da força-tarefa da Lava Jato, milhares de pessoas foram às ruas neste domingo (30) para prestar apoio à operação e ao ex-juiz federal. Os manifestantes também aproveitaram para defender a aprovação da reforma da Previdência. E ganharam o apoio do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Sergio Moro, que se manifestaram através das suas redes sociais.

Bolsonaro, que recém chegou da viagem que fez ao Japão para participar do encontro do G-20, parabenizou os manifestantes pela civilidade dos atos deste domingo. “A população brasileira mostrou novamente que tem legitimidade, consciência e responsabilidade para estar incluída cada vez mais nas decisões políticas do nosso Brasil", escreveu o presidente em seu perfil oficial no Twitter.

Ele completou que a mensagem da população para todas as autoridades é: "não parem o Brasil, combatam a corrupção, apoiem quem foi legitimamente eleito em 2018". E completou que respeita todas as instituições, mas deve lealdade ao povo, quem o elegeu e quem está acima das instituições.

Já o ministro Sergio Moro foi mais enfático em suas publicações. À noite, ele agradeceu aos manifestantes e disse que sempre agiu com correção como juiz e agora como ministro. "Aceitei o convite para o MJSP para consolidar os avanços anticorrupção e combater o crime organizado e os crimes violentos. Essa é a missão. Muito a fazer", escreveu em seu perfil oficial no Twitter.

Moro agradeceu, ainda, a Bolsonaro e a todos que apoiam e confiam em seu trabalho. "Hackers, criminosos ou editores maliciosos não alterarão essas verdades fundamentais. Avançaremos com o Congresso, com as instituições e com o seu apoio", declarou.

À tarde, ele escreveu em seu perfil oficial no Twitter: “Eu vejo, eu ouço. Lava Jato, projeto anticrime, previdência, reforma, mudança, futuro.” A frase estava acompanhada de uma foto da Avenida Paulista, em São Paulo, tomada por apoiadores da Lava Jato e da agenda de reformas do governo Bolsonaro.

Antes, pela manhã, Moro fez uma publicação semelhante. Ele escreveu “Eu vejo. Eu ouço” e que apoiadores da Lava Jato realizavam manifestações em diversos estados. A diferença é que esta publicação, postada pela manhã, trazia inicialmente um vídeo na Avenida Atlântica, em Copacabana (RJ), com um locutor em um carro de som dizendo “Acabaram os conchavos” e “Não vamos recuar”. Depois, o ministro trocou o vídeo por uma foto.

'Bando de canalhas', diz general Heleno sobre quem acusa Moro

Além de Bolsonaro e Moro, o ministro-chefe do Gabinete Institucional de Segurança Pública (GSI), general Heleno, também prestou apoio às manifestações. Mas com uma diferença: Heleno foi pessoalmente. O ministro participou do ato em Brasília, logo após chegar da viagem ao Japão, onde acompanhou o presidente Bolsonaro.

Heleno subiu em um carro de som e disse que as acusações contra o ministro Sergio Moro buscam tirar da cadeia um "bando de canalhas". “O ministro Moro teve a coragem de abandonar 22 anos de magistratura para se entregar à pátria sem ganhar nada. E esse homem está sendo colocado na parede para tirarem da cadeia um bando de canalhas que afundaram o país”, discursou Heleno, relata o jornal Folha de São Paulo.

O general foi bastante exaltado pelo público ao participar da manifestação em Brasília. Do alto de um carro de som, relata o jornal Folha de São Paulo, Heleno também pediu apoio à reforma da Previdência.

"Vim aqui falar, apelar aos nossos brilhantes parlamentares, aqueles que têm a pátria acima de tudo, aqueles que não têm ideais de troca-troca, de ganhar cargos, de ganhar estatais. Parem para pensar, esqueçam ideologia, esqueçam partidos políticos, e votem na reforma da Previdência. Aprovem essa reforma e essa nova previdência com o menor desgaste possível."

Outros políticos como Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e filho do presidente, e Major Olímpio (SP), senador pelo Solidariedade, também participaram das manifestações. Até mesmo famosos, como o canto Latino e a atriz Regina Duarte, saíram às ruas neste domingo.

Atos reúnem milhares de pessoas

Os atos aconteceram em dezenas de cidades (foram 88 localidades, segundo contagem do portal G1) e reuniram milhares de pessoas. As maiores concentrações aconteceram nas capitais, como em Curitiba (PR), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). Os atos se dividiram pela manhã e pela tarde, numa estratégia para ter gente nas ruas manifestando o dia inteiro.

No Rio de Janeiro, quatro quarteirões da Avenida Atlântica foram ocupados pela manhã. Em Brasília, no horário do almoço, as seis faixas do Eixo Monumental da altura da rodoviária do Plano Piloto até a Praça dos Três Poderes tiveram que ser fechadas devido à aglomeração de pessoas.

Em São Paulo, à tarde, os manifestantes se concentraram na Avenida Paulista e dois carros de som puxavam gritos em apoio à Lava Jato, ao Moro e às reformas. Já em Curitiba, as manifestações aconteceram pela manhã e à tarde. Teve carreata e concentração na Boca Maldita, no centro da capital paranaense.

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Os atos deste domingo foram tranquilos. Houve relato apenas de um tumulto em São Paulo. Segundo o jornal O Estadão de São Paulo, integrantes do grupo Direita SP foram até o caminhão do Movimento Brasil Livre (MBL) e puxaram palavras de ordem atacando o MBL. O ataque foi motivado pelo fato de o MBL não defender o presidente Jair Bolsonaro no ato deste domingo. O MBL foi chamado de “traidor” e “pelego”. A Polícia Militar agiu para separar os grupos.

Pautas: Moro, Lava Jato, Previdência e Bolsonaro

As milhares de pessoas que foram às ruas neste domingo saíram, principalmente, em defesa da operação Lava Jato e do ministro Sergio Moro. Foi uma resposta à série de matérias que o portal The Intercept vem publicando. O portal está divulgando supostas conversas atribuídas a Moro e a integrantes da Lava-Jato levantando a suspeita de uma suposta parcialidade do ex-juiz no julgamento do ex-presidente Lula. As conversas foram obtidas ilegalmente.

"Mexeu com o Moro mexeu com o povo brasileiro", dizia uma frase estampada em um boneco gigante do atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, levado por uma manifestante à Avenida Paulista. “Obrigada Lava Jato. Obrigada Moro”, mostrava uma placa levada por uma manifestante para o ato em Curitiba.

Além de mostrar apoio a Moro e à Lava Jato, a reforma da Previdência também esteve entre as pautas defendidas nos atos deste domingo. Em São Paulo, um senhor segurava um cartaz com a imagem do ministro da Economia, Paulo Guedes, e a frase "Queremos 1 trilhão", uma referência à economia esperada pelo governo com a reforma.

Outros manifestantes também aproveitaram a ocasião para defender o presidente Jair Bolsonaro. "Se não deixarem ele [Bolsonaro] fazer o que ele prometeu em quatro anos, nós daremos oito anos para ele fazer", declarou uma das organizadoras da Frente Conservadora do Paraná.

As manifestações deste domingo foram organizadas pelo Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e Nas Ruas. O MBL, porém, preferiu não manifestar apoio ao presidente Bolsonaro.

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Vista aérea da Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: Nelson Almeida/AFP

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Manifestantes saíram em defesa do ministro Sergio Moro e da operação Lava Jato. Foto: Nelson Almeida/AFP

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Ato em São Paulo aconteceu à tarde e contou com dois carros de som. Foto: Nelson Almeida/AFP

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Em Brasília, manifestantes levaram um boneco gigante do "Super Moro" para a frente do Congresso. Foto: EVARISTO SA / AFP

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No Rio de Janeiro, manifestação aconteceu pela manhã e se estendeu por quatro quarteirões da Avenida Atlântica. Foto: Mauro Pimentel / AFP

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Em Curitiba, teve carreata em favor da Lava Jato. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Em São Paulo, manifestantes defenderam também a aprovação da reforma da Previdência. Foto: Nelson Almeida/AFP

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Na capital paranaense, manifestantes se reuniram pela manhã e, depois, à tarde na Boca Maldita, no centro da cidade. Foto: Felipe Rosa / Tribuna do Paraná

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Ato em Curitiba. Foto: Felipe Rosa / Tribuna do Paraná

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