O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que "jamais questionou o resultado das eleições". A declaração foi dada durante audiência de custódia após a prisão de Torres no último dia 14. Ele é investigado pela suspeita de que teria deixado, intencionalmente, de prover a proteção necessária para impedir os atos de vandalismo em Brasília em 8 de janeiro.
Torres, que é ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, disse que não faz parte da "guerra ideológica" instalada no Brasil. "O Ministério de Justiça e Segurança Pública foi o primeiro ministério a entregar os relatórios da transição. Eu jamais questionei resultado de eleição, não tem uma manifestação minha nesse sentido, eu fui o primeiro ministro a entregar os relatórios", afirmou.
No último dia 12, a Polícia Federal (PF) encontrou na casa do ex-secretário uma minuta de decreto que sugeria ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a possibilidade de instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Torres afirmou que o documento seria destruído e que foi "vazado fora do contexto" para "alimentar narrativas falaciosas" contra ele.
Torres diz que prisão foi "um tiro de canhão no peito"
O ex-ministro da Justiça afirmou que quando soube que seria preso foi como receber "um tiro de canhão no peito". Ele disse que não tem relação com os atos de vandalismo ocorridos em Brasília. No dia 8 de janeiro, o ex-secretário estava nos Estados Unidos de férias com a família.
"Isso foi um tiro de canhão no meu peito. No segundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Brasília e esse atentado contra o país. E eu fui responsabilizado por isso. Eu jamais daria condições de isso ocorrer, eu sou profissional, sou técnico e jamais faria isso", afirmou.
Torres deveria prestar depoimento à PF na semana passada, mas ficou em silêncio. O novo depoimento foi marcado para o dia 2 de janeiro. Durante a audiência de custódia, ele falou brevemente sobre o esquema de segurança preparado para conter os protestos no DF. "Do jeito que saí, o que deixei assinado, eu deixei tranquilo, porque nem se caísse uma bomba em Brasília teria ocorrido o que ocorreu", disse.
Ex-ministro diz que atuou pelo equilíbrio institucional
O ex-ministro da Justiça ressaltou seu histórico como delegado da Polícia Federal e disse que "jamais concordaria com esse tipo de coisa". Ele afirmou que atuou pelo equilíbrio institucional e conversou com diversos ministros do Supremo.
"Essa guerra que se criou no país, essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica, eu não pertenço a isso. Eu sou um cidadão equilibrado e essa conta eu não devo", afirmou. "Fora daqui, se a gente tiver oportunidade… vários ministros do Supremo Tribunal Federal são testemunhas de que eu fui na casa de vários deles para buscar o equilíbrio. Eu não estou mentindo, eu não sou maluco", disse.
"Até 15 dias atrás, eu era ministro da Justiça, hoje estou preso. Foi um suplício chegar no Brasil sem problemas, escondido, escondendo a cabeça. Foi um negócio horroroso, que nem em pesadelo", acrescentou. "A minha prisão ocorreu normalmente, não tenho nada do que reclamar", apontou Torres.
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