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Flávio Bolsonaro
Auditores teriam sido espionados pela Abin para desqualificar investigação fiscal envolvendo Flávio Bolsonaro.| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) confirmou nesta segunda (15) que vai acionar na Justiça os responsáveis por espionar os auditores no caso que ficou conhecido como “Abin paralela” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O caso teve os nomes dos alvos divulgados na semana passada durante a deflagração da quarta fase da Operação Última Milha, que apura um suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades públicas e jornalistas durante a gestão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), no governo de Jair Bolsonaro (PL).

A Polícia Federal revelou que três auditores fiscais foram espionados: Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homem da Silva e José Pereira de Barros Neto.

Botelho, especificamente, era chefe do escritório da Corregedoria da Receita Federal no Rio de Janeiro, e foi um dos responsáveis pela apuração que levou à denúncia de Flávio Bolsonaro por supostamente desviar parte dos salários de servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – que ficou conhecido como “caso da rachadinha”.

De acordo com a investigação da Polícia Federal, o então presidente Bolsonaro se reuniu com Ramagem, o general Augusto Heleno (então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, GSI) e possivelmente a advogada de Flávio para tratar sobre “supostas irregularidades cometidas pelos auditores da Receita Federal na confecção do Relatório de Inteligência Fiscal (RIF) que deu causa à investigação”.

O objetivo era “’encontrar podres’ sobre os mencionados auditores”, relata a autoridade e, posteriormente, retirá-los dos cargos.

Segundo confirmou o Sindifisco à Gazeta do Povo, os advogados do sindicato estão estudando o inquérito para identificar quem são os responsáveis a serem acionados na Justiça e os ilícitos praticados contra cada um dos auditores.

Na semana passada, no dia em que a operação foi deflagrada, o Sindifisco emitiu uma nota afirmando que a tentativa de “encontrar podres” dos agentes foi “frustrada, pois nada foi comprovado além da atuação exemplar”.

“Da mesma forma que o ex-presidente tentou utilizar a estrutura da Receita Federal para liberar as joias e não conseguiu, a espionagem da Abin paralela não resultou em nada. Os auditores fiscais cumpriram, como sempre cumprimos, rigorosamente nossa função”, disse Isac Falcão, presidente do Sindifisco.

No mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou a operação e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo da petição, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que “simplesmente não existia nenhuma relação minha com Abin. Minha defesa atacava questões”.

“A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura de Delgado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro”, completou.

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