O subprocurador-geral Augusto Aras ganhou pontos nas últimas semanas e se tornou um dos candidatos com chances de ser indicado à Procuradoria-Geral da República (PGR) diante da aproximação que conseguiu com o presidente, segundo interlocutores de Jair Bolsonaro.
Aras já se encontrou reservadamente com Bolsonaro em seis oportunidades. O último bate-papo aconteceu nesta segunda-feira (5). Augusto Aras é um nome que corre por fora da lista tríplice apresentada ao presidente pela Associação Nacional dos Procuradores da República. Pela Constituição, Bolsonaro não é obrigado a indicar alguém da lista para chefiar a PGR. O nome ainda precisará ser aprovado pelo Senado.
Considerado conservador e o mais alinhado ideologicamente com Bolsonaro dentre os candidatos ao cargo, Aras também se coloca como favorável à agenda de reformas do governo, tem o apoio dos filhos de Bolsonaro e de um dos ministros mais prestigiados pelo presidente, Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura. Ele foi considerado importante para destravar a concessão da Ferrovia Norte-Sul. Bolsonaro, segundo aliados, quer alguém que não atrapalhe o progresso do país.
Aras é doutor em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e membro do Ministério Público Federal desde 1987. Em entrevista a "O Estado de São Paulo" publicada em maio, Aras defendeu uma "disruptura" no Ministério Público para a instituição "retomar os trilhos" da Constituição e superar o aparelhamento em seus órgãos. Disse ainda que considera a imunidade parlamentar uma “prerrogativa sagrada”, acredita que o Ministério Público “não está acima nem abaixo da lei” e, em um aceno a Bolsonaro, saiu em defesa da “democracia militar”
O nome de Aras, porém, é visto com ressalvas no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a reportagem apurou, um integrante da Corte já fez chegar essa informação a Bolsonaro. Diferentemente da atual procuradora-geral Raquel Dodge, que trabalha para ser reconduzida ao cargo, Aras não foi testado e haveria incertezas sobre como seria a PGR com ele no comando.
Nos bastidores, parte dos ministros do Supremo faz campanha para que Bolsonaro dê um segundo mandato a Raquel Dodge. Entre eles, o presidente da Corte, Dias Toffoli, e o atual vice-presidente e futuro presidente do STF Luiz Fux.
Bolsonaro disse que só definirá o nome um mês antes do fim do mandato de Raquel, que termina em setembro. Amigo e aliado de longa data do chefe do Executivo, o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) afirmou ter certeza de que o presidente já escolheu o nome, mas prefere ainda não anunciá-lo. Uma das reuniões entre Aras e o presidente ocorreu justamente na casa de Fraga.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF