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Questão indígena

Bancada do agro avança na discussão sobre indenizações após “falta de entendimento” sobre marco temporal

Deputado Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, mantem convicção sobre derrubada de vetos do marco temporal e aposta na votação da PEC das indenizações
Deputado Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, mantem convicção sobre derrubada de vetos do marco temporal e aposta na votação da PEC das indenizações (Foto: FPA/Divulgação)

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Ao mesmo tempo em que o Congresso Nacional anunciou o adiamento da sessão para votação de vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto de lei do marco temporal para demarcação de terras indígenas, a Câmara dos Deputados aprovou a instalação de uma Comissão Especial para discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 132/2015, que permite a indenização de proprietários com terras demarcadas como indígena, chamada de PEC das indenizações.

A votação dos vetos de Lula ao marco temporal, que deveria ter ocorrido nesta quinta-feira (9), foi adiada para a semana seguinte ao feriado de 15 de Novembro devido à falta de entendimento dos líderes. “Tínhamos uma lista com cerca de 50 vetos [além dos vetos ao marco temporal]. As lideranças estavam querendo prioridade de um veto, de outro, além de destaques. Aí, não se chegou nesse acordo [para votação]”, explicou o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR).

Ele considera que o adiamento foi bom, pois a partir do dia 22 de novembro a pauta de votações do Congresso Nacional será trancada. Isso significa que outras matérias não poderão ser votadas antes que o marco temporal seja analisado. “O que a gente não podia admitir é que houvesse uma sessão de vetos em que o nosso veto [do PL do marco temporal] não estivesse. Então, com a garantia dele estar [na pauta] para nós não tem problema quando ele vai ser votado”, reforçou Lupion.

Lira cria comissão para discussão da PEC das indenizações

Enquanto isso, o avanço na tramitação da PEC 132/2015 também garante que as atenções do Congresso permaneçam na pauta da demarcação de terras indígenas. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), autorizou o funcionamento de uma comissão especial que vai tratar da proposta. A partir de agora, as lideranças partidárias deverão indicar 34 membros titulares e igual número de suplentes para discutir a matéria.

Apesar do texto original da PEC falar apenas sobre indenizações, os parlamentares podem alterar e incluir artigos a fim de retomar a discussão sobre o marco temporal, por exemplo. Apesar da possibilidade, esta pode não ser a estratégia utilizada, já que qualquer alteração no texto fará com que seja necessário que a PEC seja novamente apreciada pelo Senado Federal, que já aprovou a proposta das indenizações em 2015.

Fonte ligadas à FPA sinalizaram ainda que a PEC tem ganhado apoiadores até mesmo junto ao governo. A avaliação é que a proposta barraria as demarcações, já que o governo não tem condições de pagar pelo valor das terras que seriam desapropriadas, além de ser uma forma de solucionar a questão pelo meio monetário, sem entrar na questão ideológica.

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