O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), disse, nesta quinta-feira, que a maior bancada setorial no Congresso Nacional defende suas pautas “com ciência e tecnologia e não com ideologia”. A fala de Lupion rebate uma declaração do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) que, em entrevista, classificou o problema do setor do agronegócio com o seu governo como uma questão “ideológica”.
A afirmação de Lula foi dada durante uma entrevista a um grupo de rádios do estado de Goiás na manhã desta quinta-feira (15). Na oportunidade, o presidente foi questionado sobre a relação com o setor, cujos integrantes já chamou de “fascistas e negacionistas” em discursos oficiais. Em resposta, Lula disse que “o problema deles conosco é ideológico, não é problema de dinheiro a mais no Plano Safra”.
“O governo desde o início do ano trouxe inúmeras sinalizações contra o setor, especialmente na fala do próprio presidente Lula quando generalizou e chamou a agropecuária nacional de facista”, disse o presidente da FPA. O presidente Lula vem travando sucessivos embates com o setor desde o início do governo e enfrenta dificuldades de articulação de temas de interesse no Congresso Nacional, já que a FPA reúne mais de 300 parlamentares.
Governo Lula acumula embates com o agronegócio
Nos últimos meses, Lula viu a sua proposta de restruturação de ministérios ser alterada pela atuação da FPA. Na proposta original, o governo previu que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ficaria sob o comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Com a articulação da Frente liderada por Lupion, o Congresso referendou o retorno para o Ministério da Agricultura de competências consideradas estratégicas pelo setor. Além disso, o governo sofreu derrotas em outras votações no Congresso Nacional, como foi o caso da aprovação do projeto do marco temporal para demarcação de terras indígenas.
Lupion disse ainda, em resposta ao posicionamento do presidente Lula, que o agronegócio tem uma pauta extensa para tratar e que conta com o bom senso do governo para evoluir. “Invasões de terras criminosas aconteceram nos primeiros três meses de governo, não sabemos até o momento quanto será empregado no Plano Safra, às vésperas de junho. Temos problemas graves de crédito rural sim, ainda estamos recompondo o plano safra de 2022/23. Portanto, nossa questão é o desenvolvimento da agropecuária com segurança jurídica, crédito e políticas públicas que não retirem direitos dos cidadãos brasileiros. Temos uma pauta extensa no Congresso Nacional e contamos com o bom senso do governo federal para evoluirmos e trazer o Brasil de volta ao crescimento, com um PIB cada vez mais robusto”, pontuou o presidente da FPA.
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