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Hugo Motta
Motta troca apoio por cargos e poder na disputa pela presidência da Câmara.| Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

A bancada evangélica da Câmara dos Deputados fechou nesta terça (12) o apoio ao deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) na candidatura à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da casa. Com isso, ele já conseguiu consolidar uma aliança com 15 partidos, incluindo os rivais PT e PL.

A confirmação do apoio ocorreu à noite durante um jantar em Brasília que teve a presença de Lira apoiando a costura da aliança.

“Hoje é um dia de muita alegria e de certeza que estamos no caminho certo para a construção de uma eleição vitoriosa e de uma gestão na Câmara dos deputados que dê continuidade a esse bom trabalho que o presidente Arthur Lira estabeleceu”, disse durante o discurso.

Motta já tem o apoio do próprio partido e também do PP, PL, PT, PCdoB, PV, PRD, Rede, Solidariedade, Cidadania, PSDB, PSB, PDT, MDB e Podemos. Há a expectativa de que o União Brasil e o PSD decidam os rumos ainda nesta semana.

Apesar de receber o apoio da bancada de 219 deputados, ele afirmou que não se comprometeu com nenhuma pauta específica, e que a consolidação se deu por conta dos muitos anos de relação que tem na Câmara.

“A Frente contará com nosso apoio, com nosso diálogo, com nossa deferência, para que as pautas do interesse da Frente possam ser uma prioridade em uma futura gestão nossa”, pontuou.

Hugo Motta evitou se comprometer sobre temas polêmicos, como o projeto que regulamenta as redes sociais, afirmando que essa decisão cabe à maioria dos deputados e que a presidência da Câmara é um cargo mais administrativo. Para ele, a pauta da casa “não é feita única e exclusivamente pelo presidente, ela é feita pela construção dos acordos”, disse em entrevista ao jornal O Globo.

O deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), coordenador da bancada evangélica, reforçou que não há uma lista de demandas específicas a serem negociadas com o candidato.

“Todos conhecem nossas bandeiras, nós somos contra o aborto e obviamente que vamos lutar com as armas do parlamento e com o voto direto que os brasileiros nos dão direito no Congresso Nacional. Temos essa ferramenta em mãos, o presidente é consequência, tanto na pauta como na tramitação, do conjunto da Casa. O que queremos é respeito ao comportamento da Casa”, afirmou.

A aliança de Motta abrange 385 deputados, o que lhe garante uma base sólida para uma eventual vitória no primeiro turno, já que são necessários 257 votos.

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